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Publicada em 26 de Janeiro de 2025 às 17:46

Mauro Cid confirma tentativa de golpe de Estado em 2022

Cid dividiu o entorno de Bolsonaro em três grupos que davam conselhos em reação à derrota

Cid dividiu o entorno de Bolsonaro em três grupos que davam conselhos em reação à derrota

Bruno Spada/Câmara dos Deputados/JC
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Agência Estado
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), respectivamente mulher e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, atuaram para instigá-lo a dar um golpe após a derrota na disputa pelo Palácio do Planalto contra Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022, segundo disse o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, na primeira delação premiada, em agosto de 2023.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), respectivamente mulher e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, atuaram para instigá-lo a dar um golpe após a derrota na disputa pelo Palácio do Planalto contra Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022, segundo disse o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, na primeira delação premiada, em agosto de 2023.
O teor desse depoimento foi revelado pelo jornalista Elio Gaspari nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo. Segundo Cid, os dois participavam de um grupo mais radical que dizia que o ex-presidente teria "o apoio do povo e dos CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) para dar um golpe. Nem Michelle nem Eduardo foram indiciados e não há menção a elementos e provas, ao menos neste depoimento. Cid foi inquirido pela PF mais vezes ao longo de 2023 e 2024.
Na delação, Cid apontou que Eduardo tinha mais contato com os CACs. Também teriam participado desse grupo ex-ministros, o ex-assessor internacional de Bolsonaro Filipe Martins e o general Mario Fernandes.
Martins e Fernandes já foram indiciados pela PF. O relatório de indiciamento mostra que Fernandes teria sido responsável, ainda, por elaborar um detalhado planejamento operacional que tinha como objetivo executar o ministro do STF Alexandre de Moraes e os então candidatos eleitos Lula e Geraldo Alckmin. Já Martins "atuou de forma proeminente na interlocução com juristas para elaborar uma minuta de teor golpista", segundo a PF. O documento ficou conhecido como "minuta do golpe".
Cid ainda dividiu o entorno de Bolsonaro em três grupos que davam conselhos em reação à derrota. Havia os mais radicais - onde estavam Michelle e Eduardo -, os que o aconselhavam a mandar os acampados em quartéis para casa, e os que diziam que "nada poderia ser feito diante do resultado das eleições".
 

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