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Publicada em 04 de Janeiro de 2025 às 14:30

Ato de 8/1 de Lula terá cerimônia no Planalto e militância de esquerda na praça dos Três Poderes

Palácio do Planalto, na Praça dos Três Poderes, integrará ato das cerimônias de entrega das obras de arte restauradas após atos de vandalismo de janeiro de 2023

Palácio do Planalto, na Praça dos Três Poderes, integrará ato das cerimônias de entrega das obras de arte restauradas após atos de vandalismo de janeiro de 2023

FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR/JC
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Folhapress
O aniversário de dois anos do ataque golpista às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023 terá uma cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, seguida por um ato com militância de esquerda na praça dos Três Poderes.
O aniversário de dois anos do ataque golpista às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023 terá uma cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, seguida por um ato com militância de esquerda na praça dos Três Poderes.
De acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), o presidente Lula (PT) participará da apresentação das obras de arte que haviam sido depredadas - e agora foram restauradas - e de cerimônia com autoridades no Palácio do Planalto. Foram convidados os presidentes dos Poderes e governadores.
Depois, o chefe do Executivo participará de abraço simbólico da praça dos Três Poderes em ato convocado pela Frente Brasil Popular, de movimentos sociais.
De acordo com o Planalto, foram restauradas 21 peças por especialistas no Palácio da Alvorada, e o relógio trazido ao Brasil por dom João 6º em 1808 foi consertado na Suíça, sem custo para o Brasil. Além disso, haverá a apresentação da obra "As Mulatas", de Di Cavalcanti, no Planalto.
Enquanto no ano passado a data foi marcada por uma cerimônia com autoridades no Congresso Nacional, neste ano a participação da esquerda será mais representativa.
Parlamentares de direita pressionaram integrantes dos partidos de centro, inclusive o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a não acompanhar o evento no ano passado. Lira, de fato, não foi. Neste ano, apesar do convite, ele ainda não está confirmado, assim como Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado.
O ato no Planalto que marca os dois anos dos ataques ocorrerá a menos de um mês das eleições para o comando do Congresso. Os prováveis sucessores de Lira e Pacheco, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), respectivamente, também foram convidados, segundo relatos.
Na Câmara dos Deputados, há um projeto de lei que prevê a anistia para os presos nos atos golpistas. Lira havia prometido votar o projeto ainda durante a sua gestão, o que não ocorreu. Agora, Hugo Motta enfrenta a pressão de bolsonaristas para levar adiante o tema.
Ao fim do evento, Lula descerá a rampa do Planalto com autoridades para participar de ato convocado pela Frente Brasil Popular na praça.
A expectativa é reunir cerca de mil pessoas. Participam da organização partidos de esquerda (PT, PC do B e PV). CUT (Central Única dos Trabalhadores), OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) também devem ser convidadas.
O presidente, durante sua última reunião com ministros, em dezembro, citou o ato que estavam organizando e pediu a presença de todos. Ele falou ainda da importância da defesa da democracia e disse estar feliz em ver a prisão do general Walter Braga Netto por ela representar uma ação contra a impunidade.
O ex-vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, Braga Netto é primeiro general quatro estrelas preso no processo que apura tentativa de golpe nas eleições.
O avanço das investigações apontou inclusive um suposto plano para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O ministro José Múcio (Defesa) e os comandantes das três forças, que compareceram no ato de 2024, estão confirmados no deste ano.
À época, Múcio disse no evento: "Estou com os comandantes, foram homenageados, vieram homenagear a democracia porque eles lutaram por ela. Sofreram pressões, mas estão aqui representando a maioria das Forças Armadas, que é de legalistas comprometidos com a democracia".
O termo "militares legalistas" foi utilizado por Lula no seu discurso em 2024 e gerou ruídos na caserna.
O presidente disse na ocasião que "perdão soaria como impunidade" e que o ato marcava a vitória da democracia sobre o autoritarismo.
"Nunca uma caminhada tão curta teve tanto significado na história do nosso país. A coragem de parlamentares, governadores e governadoras, ministros e ministras da Suprema Corte, de Estado, militares legalistas e sobretudo da maioria do povo brasileiro garantiu que nós estivéssemos aqui hoje celebrando a vitória da democracia sobre o autoritarismo", disse, no Congresso.
Lula se referia à caminhada do Palácio do Planalto ao STF, que reuniu as autoridades no dia seguinte aos ataques. De braços dados, eles atravessaram a praça dos Três Poderes em repúdio ao episódio.

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