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Publicada em 02 de Janeiro de 2025 às 01:25

Da enchente à reeleição: a campanha de Melo

Chapéu de palha foi adotado por Melo como símbolo de simplicidade

Chapéu de palha foi adotado por Melo como símbolo de simplicidade

/EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Bolívar Cavalar
Bolívar Cavalar Repórter
Os vários dias em que parte de Porto Alegre ficou literalmente debaixo d'água, após as cheias que atingiram o Rio Grande do Sul em maio de 2024, não impediram a reeleição do prefeito Sebastião Melo (MDB) no pleito municipal de outubro do ano passado. Ao longo da campanha eleitoral, o então candidato apostou em desvincular seu nome da catástrofe, dividindo as responsabilidades com as esferas federal e estadual.
Os vários dias em que parte de Porto Alegre ficou literalmente debaixo d'água, após as cheias que atingiram o Rio Grande do Sul em maio de 2024, não impediram a reeleição do prefeito Sebastião Melo (MDB) no pleito municipal de outubro do ano passado. Ao longo da campanha eleitoral, o então candidato apostou em desvincular seu nome da catástrofe, dividindo as responsabilidades com as esferas federal e estadual.
Como já era de se esperar, os seus adversários nas eleições realizaram diversas críticas à condução da prefeitura nos momentos mais sensíveis da tragédia. Do ponto de vista eleitoral, essa estratégia não surtiu efeito, pois Melo ficou próximo de se eleger em primeiro turno com 49,72% dos votos e concretizou a sua reeleição na segunda etapa, ao derrotar a candidata do PT, Maria do Rosário, com ampla vantagem, computando 61,53% na votação.
Utilizando-se de elementos simbólicos como o chapéu de palha que carrega desde a campanha que o levou à vitória em 2020 e agregando também o apelido pejorativo "chinelão", como foi chamado por críticos de sua gestão, Melo adotou uma imagem de pessoa simples, do povo, que é capaz de dialogar com a população.
Com essa postura, somada a uma aproximação com o campo político da direita, a partir do apoio do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas sem se apropriar das pautas ideológicas mais marcantes do bolsonarismo, conseguiu se apresentar para os porto-alegrenses como um defensor do livre mercado e de setores empresariais, porém, como um gestor cauteloso e de diálogo com os diferentes.
Aliás, desde o dia em que foi eleito, em 27 de outubro, Melo enfatizou que vai "governar para todos", e que um dos pilares da democracia é ouvir as opiniões daqueles com quem tem divergências.
O desafio do prefeito reeleito a partir de agora é cumprir as promessas firmadas na campanha eleitoral. No centro das atenções estão a concessão do Dmae e a revisão do Plano Diretor de Porto Alegre, que está atrasada há pelo menos quatro anos. Melo afirmou que pretende tratar destes temas ainda em 2025 junto à Câmara Municipal.
Neste sentido, a relação com o Parlamento tende a ser mais complicada que no governo passado, pois os partidos de oposição - PT, PCdoB e PSOL - aumentaram a sua representatividade, tendo nesta legislatura um terço das cadeiras, o que pode dificultar a aprovação de pautas do Executivo.

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