As eleições municipais deste ano renovaram a Câmara Municipal de Porto Alegre. Dos 36 vereadores eleitos no pleito anterior, realizado em 2020, apenas metade conquistou a reeleição. Assim, a última sessão do Parlamento de 2024 foi marcada pela despedida de quem estará ausente da Casa na próxima legislatura e por uma votação acelerada de projetos, buscando contemplar as proposições dos colegas que deixarão seus mandatos.
As despedidas iniciaram já na segunda-feira (16) e comoveram veteranos do Legislativo. Após sete mandatos enquanto vereador, João Bosco Vaz (PDT) iniciou as cerimônias na ocasião. "Saio daqui sem deixar um único inimigo nesse tempo todo. Aprendi muito com muitos vereadores e vereadoras que passaram por aqui. A gente sempre aprende com um ou outro. Decepções? Algumas. Mas não com a Casa, e sim com a política", analisou Vaz, que optou por não disputar as eleições este ano.
Ao descer da tribuna, Bosco abraçou os colegas às lágrimas. Ele foi sucedido no púlpito por outros parlamentares com experiência de mandato. "Eu não sei se é uma despedida, talvez pode ser um até logo", pontuou Airto Ferronato (PSB), que também possui sete mandatos na conta, mas cujo partido não conquistou uma vaga na nova composição do Parlamento.
Adeli Sell (PT), com seis mandatos, lamentou não estar no Parlamento para a discussão do Plano Diretor, que deverá ser votado no próximo ano. Ao considerar o urbanismo como uma de suas paixões, ele afirmou estar se dedicando a escrita de um livro sobre as ruas de Porto Alegre. Mais jovem, Alex Fraga (PSOL) esteve por oito anos na Câmara e deverá seguir seu trabalho como professor de biologia. "Minha maior missão sempre foi transformar a vida dos estudantes", pontuou.
Quem também se despediu foi foi Engenheiro Comassetto (PT), que se aposentou dos cargos eletivos após cinco mandatos, mas que deve seguir atuando na direção do partido. Sua decisão se deu em uma aposta na renovação geracional no partido. Em seu último discurso como parlamentar, citou suas realizações ao longo da carreira. "Política, quem fez uma vez, fará a vida toda", afirmou ao deixar o púlpito.
Outro que acabou ficando de fora das eleições foi Alvoni Medina (Republicanos), que deixou sua despedida para a última sessão do ano. “Quero agradecer às pessoas que trabalham nesta Casa. Cada vereador, independente da sigla partidária, sempre respeitei e olhei para eles como seres humanos. Deixo um abraço especial para todos vocês”, afirmou. Agora, ele deverá focar em sua atuação enquanto religioso.