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Publicada em 15 de Dezembro de 2024 às 15:42

Reeleito em Gravataí, Zaffalon vê potencial estratégico do município para atrair investimentos

Prefeito reeleito de Gravataí, Luiz Zaffalon (PSDB) quer consolidar cidade como referência para se morar e se investir

Prefeito reeleito de Gravataí, Luiz Zaffalon (PSDB) quer consolidar cidade como referência para se morar e se investir

Carina Silva/Divulgação/JC
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Bolívar Cavalar
Bolívar Cavalar Repórter
Reeleito prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon (PSDB), mais conhecido como Zaffa, pretende trazer investimentos para a cidade a partir da divulgação do município como um local estratégico geograficamente para investimentos. Zaffalon também tem planos de construir um novo hospital nos moldes Santa Casa, e a gestão elaborou um projeto para tal, com os próximos passos sendo de busca de financiadores para a efetivação da proposta.
Reeleito prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon (PSDB), mais conhecido como Zaffa, pretende trazer investimentos para a cidade a partir da divulgação do município como um local estratégico geograficamente para investimentos. Zaffalon também tem planos de construir um novo hospital nos moldes Santa Casa, e a gestão elaborou um projeto para tal, com os próximos passos sendo de busca de financiadores para a efetivação da proposta.
Outro tema destacado pelo prefeito reeleito é a educação. Nesta área, apresentou em seu plano de governo uma proposta de parcerias público-privadas (PPPs) da gestão das escolas, e agora está modelando este projeto junto à Caixa Econômica Federal. Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, Zaffalon aborda seus planos para a próxima gestão, que se estende até dezembro de 2028.
Jornal do Comércio - Foi reeleito em coligação composta por 11 partidos. Como estas siglas integrarão o próximo mandato?
Luiz Zaffalon - Nós fizemos uma grande coligação com 11 partidos, e vai ser tranquilo. Eu acho que a matemática fala mais alto na divisão dos espaços. Então, se bota a matemática, todo mundo tem o espaço correspondente à votação, e evidentemente que a busca permanente de cargos adequados para cada pasta e para cada função. Naquela velha história: o partido indica, e eu tenho o poder de veto. Então por aí a gente vai afinando e vai tendo os melhores nomes para os melhores cargos. Para os cargos mais importantes, os nomes mais adequados. É assim que se faz. Assim vai indo, a gente vai montando. A gente leva para os partidos aquilo que a gente pretende para o próximo governo e aquele pedido de sempre: "olha, venham com nomes bons". Porque o que ganha eleição é um governo bom, o que ganha eleição é um governo aprovado pela sociedade. Então para fazer um governo bom, nós precisamos de bons quadros em todos os segmentos.
JC - Neste sentido, como está a transição? Pretende manter quadros da atual gestão ou trazer novos?
Zaffalon - Eu pretendo manter quase todos. Claro que alguma mudança sempre acontece, até porque os governos municipais não pagam o salário adequado para manter um grande talento, mas eu espero manter todos, tenho conversado com todos e faço mais um esforço que fiquem conosco. Se o governo deu certo, as principais ações de governo, principalmente de zeladoria, de Fazenda, esses aspectos que fizeram o sucesso no governo - educação, saúde -, eu pretendo que continuem os mesmos secretários.
JC - O governador Eduardo Leite é do seu partido e participou da campanha. O que esta parceria pode representar para Gravataí?
Zaffalon - O governador ajudou muito na campanha: veio duas vezes aqui em atos. Tem obras do governo do Estado aqui em Gravataí que também foram fundamentais, então essa parceria do município com o governo do Estado é fundamental, e a população entendeu isso, a gente vendeu isso muito bem. Claro que nós pretendemos continuar com essa parceria com o governo do Estado. Nós somos uma cidade da Região Metropolitana cortada por três rodovias estaduais importantes, A RS-118, a RS-020 e a RS-030, estão dentro do nosso município, então essa parceria com o governo do Estado sempre é boa na atração de investimentos, a gente atrai muitos investimentos aqui em Gravataí, e eu conto sempre com o Estado pra me ajudar nisso, pra me auxiliar na atração desses empresários, dessas grandes empresas.
JC - O que avalia que deu certo na atual gestão e deve ser mantido e o que acredita que não deu certo e deve ser feito diferente no próximo mandato?
Zaffalon - O que deu certo, na verdade, foi uma nova abordagem que a gente deu na cidade. Eu sempre acreditei, e divulguei isso durante todo o governo que Gravataí, pela posição geográfica e pelos investimentos de infraestrutura, é a melhor cidade da Região Metropolitana pra se viver e pra se investir. Para morar e para investir não tem cidade melhor. A gente tem a BR-290, que é uma rodovia que nos liga à Serra, essa mesma Freeway nos liga ao Litoral, estamos a 15 minutos do Aeroporto Salgado Filho. Então a localização geográfica de Gravataí é fundamental. Nós gostamos de empresários aqui em Gravataí, e o mercado imobiliário também viu que aqui é um bom lugar pra morar, principalmente depois da enchente de maio. Todas as cidades da Grande Porto Alegre foram muito afetadas e Gravataí foi afetada, mas não na mesma proporção. A gente já tinha feito obras de drenagem. Então, os grandes acertos da minha gestão foram esses e eu vou continuar fazendo: investindo em infraestrutura, em resiliência da cidade com relação às enchentes e atração de investimentos permanentes, principalmente no mercado imobiliário e, evidentemente, na área de logística também. Então, isso deu certo, essa divulgação foi boa e eu pretendo ampliar essa divulgação com alguma campanha de marketing para continuar divulgando essa grande vantagem que Gravataí tem, essa grande vantagem concorrencial. Nós somos a melhor cidade, sem dúvida nenhuma, da Grande Porto Alegre, pra se morar e pra se investir.
JC - E o que acredita que não deu tão certo e pode ser aperfeiçoado?
Zaffalon - O que não deu certo, o que podia ser melhor e que nós vamos investir muito forte agora a partir desse próximo governo é em relação à educação, acho que nós podemos melhorar bastante. Os nossos índices não são horríveis, mas também não refletem aquilo que a gente entende pra uma cidade como Gravataí. Uma cidade pra se desenvolver, para efetivamente ser boa pra morar, tem que ter uma educação pública melhor. Então, nós já identificamos quais são os problemas na educação e pretendemos investir muito forte. Nós lançamos há pouco tempo, agora no final desse ano, um programa chamado "Alfabetiza Aí". Por quê? Porque a gente entende que nós temos um grande número de crianças que chegam no terceiro ano do ensino fundamental não alfabetizadas, enquanto nós deveríamos ter mais de 90% delas alfabetizadas no primeiro ano. Então, a meta é essa: ter mais de 90% das crianças terminando o primeiro ano alfabetizadas, sabendo ler e tendo noções básicas de matemática. Isso reflete nos números do Ideb pro futuro. A criança que termina o primeiro ano não alfabetizada e não dominando as questões básicas de matemática não tem futuro na educação, e isso se reflete no índice do Ideb e no aprendizado dessa criança pro resto da vida.
JC - Sobre esta campanha de marketing para atrair empreendedores ao município, como será feita?
Zaffalon - Eu já estou conversando com agências de publicidade, com empresários da cidade, para que isso se torne, de fato, uma realidade. A gente vem divulgando, e eu sempre divulgo isso por onde eu vou, que é a melhor cidade para se viver e se investir. O parque industrial já é um parque consolidado, a questão da logística, centros de logística aqui em Gravataí, pela posição geográfica, também já é consolidada. Os empreendedores já entenderam isso, e o empreendedor estuda as cidades locais para isso. Agora, eu quero consolidar na mídia e na sociedade gaúcha essa questão: Gravataí como uma grande cidade para se morar. É bom de morar em Gravataí. É caminho da praia, caminho da Serra, é a 15 minutos do aeroporto, e muita gente já descobriu isso, mas eu quero enfatizar isso nesta campanha. Consolidar esta imagem de uma cidade boa para se morar, uma cidade segura - entre as cidades da Grande Porto Alegre, o índice mais baixo de assassinatos por 100 mil habitantes é Gravataí. Hoje a média da Grande Porto Alegre é mais de 20, e nós estamos aqui com 10 e queremos consolidar isso, mostrar isso para a sociedade gaúcha, para os investidores. E hoje já tem aqui grandes empreendimentos ocorrendo, empreendimentos imobiliários. É uma cidade grande, uma cidade plana, que investe nesses condomínios horizontais. Todo mundo sonha em ter uma casa, então aqui tem grandes empreendimentos neste sentido. E queremos consolidar isso, tratar isso cada vez melhor, esse tema, para que as pessoas de fato venham morar em Gravataí, venham fazer a sua vida em Gravataí. E a criação de infraestrutura. Nós criamos aqui o "Rua Aberta", que é algo semelhante ao Brique da Redenção, mas é ampliado, é maior. Nós criamos aqui, consolidamos esse evento, e fizemos uma Rua Aberta no centro de Gravataí, que é um sucesso absoluto, um empreendimento de sucesso absoluto. Estamos entregando daqui uns dias o Mercado Público de Gravataí. Então, tornar a cidade também com atrações que essas pessoas possam vir morar aqui, se divertir aqui, pertencer à cidade, ter um sentimento de pertencimento com Gravataí. Ou seja, nós temos que consolidar isso.
JC - A educação támbém foi elencada como uma das prioridades. No plano de governo, o senhor propôs uma PPP para gestão das escolas. Como será feito isso?
Zaffalon - Já estou modelando com a Caixa Econômica Federal uma PPP da iluminação pública e estou pedindo para a Caixa fazer uma PPP de manutenção das escolas -a parte de zeladoria, segurança, obras, manutenção, merenda. Tudo que não for educação na veia, não for pedagogia, eu quero fazer PPP. Porque é muito complicado, a gente tem muitas deficiências nas escolas, a gente repassa muito dinheiro para as escolas. O diretor tá lá pra fazer pedagogia, normalmente é um professor e não um engenheiro de obras. Então fazer uma PPP nesse sentido está no meu projeto, sim, e já estou tratando desse tema. Já fiz uma primeira reunião com a Caixa Econômica Federal, que faz esse tipo de trabalho, mas a Caixa é um pouco demorada nisso. Eu quero fazer PPP nesse sentido, sem dúvida nenhuma vou fazer, pretendo fazer, porque do jeito que tá não dá pra continuar.
JC - Na saúde, houve no início deste ano conversas sobre a construção de um novo Hospital em Gravataí. Como está esta situação?
Zaffalon - Nós fizemos no primeiro governo um grande investimento, investimos R$ 50 milhões na saúde, em infraestrutura, e é inédito isso. Fizemos dez novos postos de saúde, uma nova central de ambulâncias, um novo CRVVS, que é o Centro de Referência às Vítimas de Violência Sexual, uma nova farmácia municipal e uma nova farmácia estadual. Ou seja, nós investimos muito e entregamos tudo durante o governo. Dez novas unidades de saúde é muita coisa - nós temos 32, e fizemos dez. Pretendo continuar esses investimentos na Atenção Básica. Gravataí hoje é a melhor cidade do Estado com mais de 100 mil habitantes na Atenção Básica, por indicadores do Ministério da Saúde. O hospital, é sabido que o Dom João Becker é da década de 1960 e 1970, e foi feito numa época que Gravataí era cidade pequena, com 50 mil, 60 mil habitantes. Hoje nós estamos chegando aos 300 mil habitantes, e o hospital é quase o mesmo daquela época. A gente já duplicou e fez uma nova UTI, junto com a Santa Casa, que é quem opera. Estamos tratando de uma nova emergência, e já fizemos a primeira fase e vamos fazer a segunda e a terceira. Vamos triplicar o número de leitos e uma emergência completamente nova. Mas o nosso grande problema são leitos hospitalares. Segundo indicadores do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde, nós precisaríamos ter em Gravataí algo em torno de 700 a 800 leitos SUS, e temos 140. Ou seja, estamos muito longe de ter a condição ideal para a cidade. Claro que o centro de referência de Gravataí é Porto Alegre, com grande número de leitos e investimentos em hospitais em Porto Alegre, a gente sabe disso. Nós não somos um centro de referência, como é Passo Fundo e Pelotas, essas cidades que centralizam as regiões. Porém, precisamos de um hospital maior. Nós não temos uma UTI Neonatal, por exemplo, temos dificuldade nisso, em média e alta complexidade, então precisamos ter um hospital maior. A solução que nós entendemos viável é com a Santa Casa. Na verdade, a Santa Casa opera esses hospitais, ela não constrói, quem constrói é a sociedade, quem constrói são as emendas parlamentares. Esse modelo de Santa Casa já tem até um projeto pronto, e nós vamos pegar esse projeto e sair com ele na mão, buscando apoio da iniciativa privada, evidentemente do governo municipal, a gente vai botar. Emendas parlamentares dessa base de 11 partidos, a gente vai bater na porta de cada um desses deputados, senadores, para buscar que viabilizem a construção de um hospital. Um hospital para ser construído no modo que a gente precisa custa de R$ 200 milhões a R$ 250 milhões de reais, e evidente que o município não tem condição de fazer isso. Nós vamos ter que buscar recursos no Estado, no município, nos deputados, na iniciativa privada, tendo um projeto viável e exequível. Então o grande mal de Gravataí na saúde é o hospital, e o jeito de conseguir é por aí.
JC - Em maio, Gravataí não foi das cidades mais atingidas pelas cheias. Mas em eventos extremos anteriores, foram muitos estragos. O que pretende fazer para a prevenção de desastres?
Zaffalon - Em junho de 2023 nós tivemos um ciclone extratropical que atingiu Gravataí. O que a gente fez de lá para cá? Naquela época a enchente foi muito pior para Gravataí, alagou bairros inteiros, água a dois metros dentro das casas, e agora, nessa de maio, não tivemos problemas, tivemos alagamentos em bairros.Nós temos dois grandes afluentes do Gravataí que atravessam a cidade, que é o Arroio Demétrio e que é o Arroio Barnabé. O Demétrio lá em junho a gente identificou problemas nele e fizemos a dragagem dele, desassoreamento de todo o Arroio Demétrio. Já na enchente de maio nós não tivemos problema nesses bairros que alagaram novamente. Estávamos fazendo e continuamos fazendo agora no Barnabé. O Barnabé alaga (os bairros) Vila Rica e Vale Ville, e tivemos alagamento naquela região. Então estamos fazendo obras de drenagem lá e pretendemos fazer, e temos já projeto quase concluído, diques e casa de bombas nesses dois arroios. Tanto no Demétrio, e até no Rio Gravataí já tem a previsão de um dique ali que vai ser feito pelo PAC, esse dinheiro do PAC que está vindo para a proteção das cidades. Nós temos esse projeto identificado, licenciado, pronto, só aguardando o dinheiro para iniciar as obras, e os projetos já em andamento, financiados pelo governo do Estado, também com o dinheiro do Funrigs, para fazer os projetos do Barnabé. São projetos de diques, casas de bombas, tem remoção de casas que ficam à margem do rio. Então, a gente está com isso mapeado.
 

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