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Publicada em 05 de Novembro de 2024 às 18:52

100 anos da Coluna Prestes: líder político recebe homenagens pelo Brasil

O gaúcho Luís Carlos Prestes liderou marcha política que percorreu 25 mil quilômetros em manifestação

O gaúcho Luís Carlos Prestes liderou marcha política que percorreu 25 mil quilômetros em manifestação

Fabio Rodrigues Pozzebom/EBC Brasil/JC
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A Coluna Prestes, movimento de resistência militar realizado em 1924 completa, neste ano, seu centésimo aniversário. A reação foi fruto de um descontentamento dos quarteis pelas más condições de trabalho e pelos rumos políticos de um País governado pelo presidente Arthur Bernardes durante o período histórico conhecido como República Oligárquica. 
A Coluna Prestes, movimento de resistência militar realizado em 1924 completa, neste ano, seu centésimo aniversário. A reação foi fruto de um descontentamento dos quarteis pelas más condições de trabalho e pelos rumos políticos de um País governado pelo presidente Arthur Bernardes durante o período histórico conhecido como República Oligárquica. 
Gaúcho, o líder político Luís Carlos Prestes, comandou em 28 de outubro daquele ano o 1º Batalhão Ferroviário de Santo Ângelo e mobilizou os soldados para uma marcha até o oeste paranaense. Seu objetivo era de se encontrarem com os remanescentes da Revolta Paulista realizada pelo movimento tenentista. A partir de então, a marcha percorreu uma distância de 25 mil quilômetros, atravessando 13 estados brasileiros das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste entre 1924 e 1927, e contando com cerca de 1.500 membros. Por este episódio, Prestes ficou conhecido como Cavaleiro da Esperança
Prestes nasceu em Porto Alegre, em local até pouco tempo desconhecido. Neste ano, o Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), com o apoio do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, identificou o endereço como sendo no número 918 da Rua Riachuelo, no Centro Histórico da Capital. Em homenagem ao centenário, foi colocada na segunda-feira passada (28) uma placa no local. 
No Rio Grande do Sul também ocorreu uma homenagem do Tribunal de Justiça Militar do Rio Grande do Sul. Após o falecimento, o líder político recuperou seu título de Senador e de General da Brigada, cassados durante . Também foi lançado um livro sobre a Brigada Militar que trata, entre outros assuntos, da Coluna Prestes. 
Além de sua cidade-natal, Prestes foi homenageado em outros locais do País. É por isso que seu descendente, Luiz Carlos Prestes Filho, tem viajado pelo Brasil para acompanhar agendas comemorativas, incluindo propostas da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e na do Rio de Janeiro (Alerj). Ele recorda que a Coluna foi uma marcha militar heroica e de que foi formada por pessoas das mais diversas, com tropas de negros, além da presença de imigrantes e mulheres. Além disso, defende que sejam homenageados também os outros líderes da marcha. Há ainda comemorações previstas em todo o País ao longo do próximo ano

Quem foi Luís Carlos Prestes

Luís Carlos Prestes (1898 - 1990) foi um militar e líder político brasileiro conhecido como "Cavalheiro da Esperança" por sua atuação durante o episódio conhecido como Coluna Prestes. Alinhado ao comunismo e integrante da Aliança Nacional Libertadora (ANL), ele foi perseguido e preso durante a ditadura de Getúlio Vargas, no período conhecido como Estado Novo (1937 - 1945). Na ocasião, sua companheira Olga Benário, chegou a ser extraditada grávida à Alemanha Nazista, onde foi morta nas câmaras de gás. 
De 1943 a 1980 foi secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Entre 1946 e 1948, foi Senador pelo Distrito Federal, mas teve o mandato interrompido em virtude à cassação do registro do PCB. Durante a Ditadura Militar (1964 - 1985), teve seus direitos políticos cassados e exilou-se na União Soviética, retornando apenas após a Lei da Anistia, de 1979. 

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