O júri popular do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes está previsto para acontecer nesta quarta-feira (30). Serão julgados os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, que respondem por duplo homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima — além da tentativa de homicídio da assessora de Marielle, Fernanda Chaves, a única sobrevivente. Somados, os crimes aos quais são acusados pode levar a uma pena de até 84 anos de prisão.
O crime aconteceu há seis anos, em 14 de março de 2018. Na ocasião, Marielle, Anderson e Fernanda voltavam de um encontro de mulheres negras na Lapa, no Rio de Janeiro. Durante o trajeto, no bairro Estácio, o carro em que estavam foi alvejado com diversos disparos de armas de fogo, matando a vereadora e o motorista, além de ferir a assessora com estilhaços. O crime ganhou repercussão internacional.
Presos em 2019 após terem sido denunciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, os dois réus assinaram declarações sobre o caso em 2023 em que confessam terem participado do crime. Lessa afirmou ter sido o autor dos disparos contra o carro de Marielle, enquanto Queiroz relatou ter dirigido o veículo utilizado no ataque. Eles também apontaram os suspeitos de serem mandantes do assassinato, irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, mas que serão julgados junto ao ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa em um outro processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
O julgamento iniciará às 9h, no Fórum Central do Rio de Janeiro. A previsão, no entanto, é de que se estenda por pelo menos dois dias. A audiência terá transmissão ao vivo pelo canal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro no YouTube.