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Publicada em 26 de Outubro de 2024 às 00:33

Último debate antes da eleição tem troca de acusações entre candidatos em Porto Alegre

Rosário e Melo se enfrentaram pela última vez antes do pleito no domingo (27)

Rosário e Melo se enfrentaram pela última vez antes do pleito no domingo (27)

Tânia Meinerz/JC
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Bolívar Cavalar
Bolívar Cavalar Repórter
Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT) se enfrentaram pela última vez na noite desta sexta-feira (25) antes do segundo turno das eleições em Porto Alegre no domingo (27). O debate transmitido pela RBS TV foi marcado por trocas de acusações entre os candidatos, com críticas ao PT por parte do atual prefeito à prefeitura e avaliações negativas à gestão municipal pela petista.
Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT) se enfrentaram pela última vez na noite desta sexta-feira (25) antes do segundo turno das eleições em Porto Alegre no domingo (27). O debate transmitido pela RBS TV foi marcado por trocas de acusações entre os candidatos, com críticas ao PT por parte do atual prefeito à prefeitura e avaliações negativas à gestão municipal pela petista.

Rosário abriu o primeiro bloco, de tema livre, afirmando o que tem sido a sua marca ao longo de todo o período eleitoral: a sua candidatura quer mudanças na administração da Capital. Na sequência, realizou críticas a como a atual gestão tratou dos temas da educação, saúde, transporte e proteção contra enchentes. “Ideb diminuiu, filas aumentaram, não houve cuidado com as bocas de lobo, e houve muitos casos de corrupção. A cidade piorou nesses quesitos?”, questionou a petista.

Melo aproveitou para responder à adversária sobre a educação municipal, citando a abertura de vagas em creches e a nomeação de professores ao longo de seu governo. Ponderou, porém, que o último resultado do Ideb – que apontou a educação de Porto Alegre na 26ª posição entre as capitais brasileiras, é um grande desafio para uma eventual nova gestão. “Eu sou o primeiro a reconhecer que a questão do Ideb nós precisamos melhorar, mas esse Ideb não é de agora”, disse o emedebista ao relevar que esta questão também vem de governos anteriores.

Ainda sobre este tema, Rosário afirmou que muitas escolas de Porto Alegre estão sem gás para operarem ao citar uma faixa colocada em frente a um colégio pedindo recursos. O atual prefeito rebateu ao dizer que há funcionários que “se preocupam mais com partido político que educação”, e completou: “Aquelas que querem fazer oposição ao governo botam cartaz e não compram gás”. A petista disse que esta era uma acusação perigosa, enquanto Melo se comprometeu a zerar o déficit de vagas em creches se reeleito.

A candidata do PT avançou no tema da educação ao citar as investigações de corrupção na secretaria municipal responsável pelo tema e destacou questões de desvio de dinheiro público no Dmae. O atual prefeito respondeu acusando o partido de Rosário de escândalos de corrupção e disse que abriu “investigação e mandei para todos os órgãos” sobre os casos apontados.

A partir das acusações de corrupção, as críticas de Melo ao Partido dos Trabalhadores se intensificaram, tanto ao atual governo Luiz Inácio Lula da Silva quanto às gestões do PT em Porto Alegre, que ocuparam o Executivo municipal de 1988 a 2004. Também disse que sua adversária, que é deputada federal, está muito tempo em Brasília e pouco em na capital gaúcha. Rosário respondeu que mora em Porto Alegre e trabalha no Distrito Federal, e relacionou seu opositor ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que integra o mesmo partido de Betina Worm (PL), candidata à vice prefeitura na chapa de Melo.

O tema das cheias de maio, que esteve no centro dos debates no primeiro turno, foi menos pautado. A petista afirmou: “Servidores do Dmae lhe avisaram da enchente, e o senhor não cuidou das bocas de lobo”, e disse que a prefeitura não resolveu problemas básicos de drenagem urbana. Já o emedebista rebateu: “A razão da enchente foram as bocas de lobo? Nós tivemos a pior tragédia climática do Estado”.

O segundo e o quarto blocos do programa foram de debates sobre temas pré-definidos pela produção. Mobilidade urbana, saúde, educação e finanças públicas, nesta ordem, foram as pautas escolhidas pelos candidatos. No primeiro, Melo destacou a manutenção da tarifa de ônibus em R$ 4,80 pelos últimos três anos, enquanto Rosário criticou a privatização da Carris e afirmou que, caso eleita, vai “olhar com lupa” os contratos firmados.

Na saúde, a petista pontuou as filas para atendimentos médicos em Porto Alegre. Neste sentido, o atual prefeito afirmou o compromisso de “zerar as filas”. Rosário criticou, posteriormente, o programa Agiliza implementado na gestão, o qual disse que “aumentou a fila em dez vezes” em algumas especialidades.

Quanto à educação, que foi muito abordada no primeiro bloco, a candidata do PT questionou a Melo qual teria sido o erro mais grave neste tema em sua gestão. O atual prefeito destacou que este assunto tem atribuição dividida entre as esferas federal, estadual e municipal, e acusou os governos petistas anteriores na cidade de “passar aluno de ano sem ler e escrever”. Rosário respondeu afirmando ter propostas de escola em tempo integral e de compra de uniformes para alunos da rede do município.

Quando o assunto foi as finanças públicas, Melo acusou os governos do PT na Capital de deixarem as “contas quebradas”, e disse que sua gestão “bate recorde de investimentos com equilíbrio das finanças públicas”. A petista reclamou das acusações ao seu partido, que há 20 anos não ocupa a cadeira de prefeito de Porto Alegre, e afirmou que deixar dinheiro em caixa não é investimento.

Outros temas foram debatidos pelos candidatos, que apresentaram as suas propostas para a cidade. Mas a marca foi de ataques do PT por parte de Melo e de críticas à atual gestão por Rosário, assim como havia sido em embates anteriores. Agora, os adversários e a população porto-alegrense aguardam o resultado do domingo (27) para saberem quem será o prefeito de Porto Alegre pelos próximos quatro anos

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