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Publicada em 15 de Outubro de 2024 às 13:35

Abstenção foi mais alta em cidades afetadas pela enchente

Eldorado do Sul teve um crescimento de 5 pontos percentuais na abstenção em comparação a 2020

Eldorado do Sul teve um crescimento de 5 pontos percentuais na abstenção em comparação a 2020

Gustavo Mansur/ Palácio Piratini
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Lívia Araújo
Lívia Araújo Repórter
As enchentes que atingiram duramente cerca de 95% dos municípios gaúchos podem ter sido um fator importante para as altas taxas de abstenção do eleitor na votação para as prefeituras em 2024.
As enchentes que atingiram duramente cerca de 95% dos municípios gaúchos podem ter sido um fator importante para as altas taxas de abstenção do eleitor na votação para as prefeituras em 2024.
Um levantamento feito pelo Jornal do Comércio, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral, constata que algumas das cidades mais afetadas por inundações e zonas eleitorais de Porto Alegre registraram um volume de abstenção maior do que o registrado na pandemia em 2020.
Outros municípios registraram um pequeno aumento em relação aos índices da pandemia, ou mantiveram níveis parecidos. Por outro lado, locais que ficaram livres de danos graves tiveram menos abstenção que durante a pandemia, ou mantiveram níveis parecidos com os do período anterior, mas em patamares baixos, se comparados aos municípios que sofreram com inundações.
A região em que os índices de abstenção mais cresceram foi a do Vale do Taquari. Em Arroio do Meio, por exemplo, se em 2016 4,35% do eleitorado não compareceu às urnas, em 2024, esse índice chegou a 15%. Em Muçum, a abstenção foi de 13,9%, enquanto em 2016, foi de 4,88%. Em Roca Sales, que contou com 10,37% de abstenção em 2016, em 2024 esse índice subiu para 16,59%.
Na região metropolitana, Eldorado do Sul teve um crescimento de 5 pontos percentuais na abstenção em comparação a 2020, saindo de 20,1% para 25,1%. Já Canoas saiu de 28,22% em 2020 para 31,9% agora. Em 2016, ambas as cidades tiveram índices abaixo dos 20%.
Em Porto Alegre, embora a abstenção tenha diminuído alguns pontos em relação ao registrado durante a pandemia, esse índice se manteve acima dos 30%, chegando a 31,5%. São quase de 10 pontos percentuais a mais que em 2016, quando as abstenções atingiram 22,5%, perto da média da Capital. Ainda assim, na comparação entre as zonas eleitorais da cidade, a 158ª Zona, que abarca o bairro Sarandi, onde a enchente afetou a maior parcela da população porto-alegrense, atingiu uma abstenção de 32,48%, valor 0,2 pontos percentuais maior que 2020 e superior a outras sete zonas do município.
Dentre os não afetados, um dos municípios analisados foi São Luiz Gonzaga, na fronteira Norte do RS. Enquanto em 2020, ano de pandemia, a abstenção chegou a 28,73%, em 2024 o índice teve uma pequena diminuição, baixando para 25,07%. Em 2016, a abstenção tinha sido de 22,27%, menos de 3 pontos percentuais a menos.
Abstenção em municípios afetados pela enchente
Município 2024 2020 2016
Arroio do Meio 15,09 11,59 4,35
Canoas 31,9 28,22 16,9
Charqueadas 17,4 20,31 14,32
Eldorado do Sul 25,1 20,1 17,04
Esteio 29,85 30 19,36
Lajeado 24,5 23,51 13,99
Muçum 13,9 10,26 4,88
Nova Santa Rita 22,68 21,58 10,25
Pelotas 24,34 26,58 10,28
Porto Alegre 31,5 33,1 22,5
Roca Sales 16,59 9,7 10,37
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral
Abstenção nas zonas eleitorais de Porto Alegre 
  001 002 111 112 113 114 158 159 160 161
2024 31,9 30,77 31,02 30,92 31,77 33,21 32,48 33,17 29,77 30,15
2020 34,75 34,42 33,07 33,24 33,61 34,23 32,23 32,79 31,78 30,3
2016 25,39 24,98 23,74 22,21 22,77 23,01 20,94 20,46 21,03 19,46
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral

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