A candidata do PT à prefeitura de Porto Alegre, Maria do Rosário, que enfrenta Sebastião Melo (MDB) no segundo turno das eleições, no próximo dia 27, disse que tem conversado “com todos os partidos” em busca de apoio à candidatura nesta nova etapa.
No tocante a uma eventual aliança com o PDT de Juliana Brizola, Rosário pontuou que “prefere esperar o que os partidos e a própria candidata vão apresentar”. “Não quero adiantar nada, pois não cabe a mim”, afirmou ao Jornal do Comércio. A petista também sinalizou que, independentemente de Juliana a apoiar, “pedirá licença” para incorporar pontos do plano de governo da pedetista, como o ensino em tempo integral. “A aliança, agora, é programática”, acrescentou.
Sobre esta possibilidade de apoio, Juliana Brizola disse nesta terça-feira (8) à reportagem que a decisão será definida pelo PDT, e as conversas internas e externas da legenda estão sendo realizadas pelo ministro da Previdência Social Carlos Lupi. Ainda assim, a pedetista revelou que "há uma tendência" de que a sigla oficialize aliança com a candidata do PT. A previsão era que o anúncio fosse realizado ainda nesta quarta-feira (9), algo que não ocorreu até o momento da publicação desta matéria.
"É claro que há uma tendência (de apoio) à candidatura de Maria do Rosário, porque nós estamos no governo Lula e porque o outro lado significa questões bem piores. Mas isso não quer dizer que a gente se sinta representado pela chapa de Maria do Rosário e do PT; pelo contrário: a gente não se sente, porque, se a gente sentisse, teríamos ido já no primeiro turno", disse Juliana, que obteve 19,69% dos votos válidos no primeiro turno.
A manifestação da pedetista está alinhada com sua campanha no primeiro turno, tendo em vista que Juliana focou em crítcas à gestão de Sebastião Melo (MDB) durante propagandas e debates. À petista, os comentários negativos se concentraram em uma avaliação que Juliana tem de que políticos do Partido dos Trabalhadores teriam dificuldades de dialogar com opiniões diversas, mas não atacou Rosário na esfera programática.
Ainda nesta quarta, a candidata do PT minimizou o resultado do primeiro turno, que quase deu a vitória a Sebastião Melo, que obteve 49,7% dos votos válidos, afirmando que a soma das votações dela, de Juliana Brizola e mais as abstenções mostram que “a maior parte da cidade votou pela mudança”, e que as abstenções expressam que “uma parte delas significa que são pessoas que não acreditam na política atual e no atual gestor”. “É preciso chegar nessas pessoas porque muitas delas não acreditam que a mudança é possível, dado o tempo de horário eleitoral que o outro candidato tinha, e o nosso pouco tempo, mas acredito que faremos um bom debate de segundo turno, propositivo e com tempos iguais”, projetou.
No período da manhã, a petista fez gravações para o horário eleitoral em uma rua próxima a seu comitê de campanha, no bairro Santana. Em suas falas, a candidata falou justamente sobre a necessidade de buscar votos entre as abstenções. As propagandas eleitoras gratuitas do segundo turno iniciam nesta sexta-feira (11) e se estendem até 25 de outubro. Durante o primeiro turno, Sebastião Melo tinha direito a mais que o dobro de tempo em TV que Rosário. Agora, na segunda etapa da eleição, o tempo será igual para os dois candidatos, com dez minutos diários para cada um deles.