Terceira colocada no primeiro turno da disputa à prefeitura de Porto Alegre, Juliana Brizola (PDT) afirmou nesta terça-feira (8) que será o PDT quem decidirá um eventual apoio do partido a uma das candidaturas que avançaram ao segundo turno na Capital. Apesar disso, a pedetista revelou que "há uma tendência" de que a legenda forme aliança com Maria do Rosário (PT), ao invés de apoiar o candidato à reeleição Sebastião Melo (MDB). O anúncio oficial da sigla deve ocorrer nesta quarta-feira (9).
"É claro que há uma tendência (de apoio) à candidatura de Maria do Rosário, porque nós estamos no governo Lula e porque o outro lado significa questões bem piores. Mas isso não quer dizer que a gente se sinta representado pela chapa de Maria do Rosário e do PT, pelo contrário: a gente não se sente, porque, se a gente sentisse, teríamos ido já no primeiro turno", disse Juliana.
A pedetista conversou com quadros das esferas municipal, estadual e federal de seu partido, e afirmou que o ministro da Previdência Social Carlos Lupi (PDT) está realizando as articulações para definição de apoio na capital gaúcha. De acordo com Juliana, Melo tentou contatá-la nesta terça, mas ela não conseguiu atender, enquanto Rosário buscou conversar diretamente com o ministro do PDT. "Estou no aguardo do ministro Lupi, que ficou de me contactar ainda hoje para que tenha um pronunciamento amanhã do partido", afirmou nesta terça a terceira colocada no primeiro turno em Porto Alegre, que obteve 19,69% dos votos válidos.
A campanha de Juliana Brizola se concentrou nas críticas à atual gestão Melo, tanto nos debates quanto nas propagandas eleitorais. Sobre esta oposição mais acentuada ao emedebista em relação à candidatura do PT, a neta de Leonel Brizola disse ter mais afinidade com o projeto progressista de Rosário do que com o apresentado pelo programa de Melo.
"É muito difícil ter o apoio (ao Melo), até pelo campo que ele resolveu optar. Ele vai ter um vereador na base dele que se chama Ustra, e nós, do Partido Democrático Trabalhista, que é o partido dos caçados, dos exilados, dos torturados, nós não podemos comungar com esta parte, porque vai de encontro a tudo aquilo que a gente sempre defendeu e que a gente passou e viveu até aqui", afirmou Juliana em referência ao vereador eleito Coronel Ustra (PL), que é primo do Coronel Brilhante Ustra, um torturador da ditadura militar.
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Além de se manifestar contrária a diversas questões da candidatura do atual prefeito, Juliana apontou similiaridades políticas que tem com Rosário: "Um campo mais progressista, que é a favor do Estado Democrático de Direito, que é a favor da vacina e da ciência, e que a gente entende que pode ser um mal menor para a cidade de Porto Alegre".