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Publicada em 06 de Outubro de 2024 às 22:30

Juliana Brizola fica em terceiro nas eleições de Porto Alegre e não se pronuncia após a votação

Coletiva da candidatura do PDT foi conduzida pelo vice de Juliana, Dr. Thiago Duarte (União Brasil)

Coletiva da candidatura do PDT foi conduzida pelo vice de Juliana, Dr. Thiago Duarte (União Brasil)

JEFFERSON KLEIN/especial/jc
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Apesar de ter apresentado crescimentos nas últimas pesquisas eleitorais antes da votação realizada nesse domingo (6), a evolução não foi o suficiente para levar a candidata Juliana Brizola (PDT) ao segundo turno na disputa pela prefeitura de Porto Alegre. Antes da confirmação da terceira colocação no primeiro turno das eleições, havia a previsão de que Juliana iria discursar no diretório estadual do PDT, para apoiadores que acompanhavam a apuração dos votos e falar com a imprensa, mas no último momento ela preferiu ficar na sua residência, com a família, e não se manifestar.
Apesar de ter apresentado crescimentos nas últimas pesquisas eleitorais antes da votação realizada nesse domingo (6), a evolução não foi o suficiente para levar a candidata Juliana Brizola (PDT) ao segundo turno na disputa pela prefeitura de Porto Alegre. Antes da confirmação da terceira colocação no primeiro turno das eleições, havia a previsão de que Juliana iria discursar no diretório estadual do PDT, para apoiadores que acompanhavam a apuração dos votos e falar com a imprensa, mas no último momento ela preferiu ficar na sua residência, com a família, e não se manifestar.
Em clima de abatimento e com poucas pessoas na sede batizada com o nome do avô de Juliana, o ex-governador Leonel Brizola, coube ao vice dela, Dr Thiago Duarte (União Brasil), e ao presidente municipal do PDT, José Vecchio, fazer um depoimento para os jornalistas.
Vecchio ressaltou que os cerca de 20% de votos feitos por Juliana não "é pouca coisa, para um partido que diziam estava em extinção". "O PDT sai maior dessa eleição do que entrou", enfatizou o presidente municipal do PDT. Apesar disso, ele admite que a disputa para a Câmara de Vereadores se mostrou um revés, pois o PDT elegeu apenas Marcio Bins Ely quando havia a expectativa de emplacar de duas a três vagas.
Já o Dr. Thiago afirmou ter sido uma honra fazer "a caminhada ao lado de Juliana e do legado de Brizola". Ele ressaltou ainda que o resultado das urnas precisa ser aceito com tranquilidade e agradeceu os 136.755 porto-alegrenses (o número, segundo o TSE, foi de 136.783) que votaram na candidatura dele e de Juliana. "Essa parceria deixa grandes frutos para o futuro", salientou.
Questionado sobre o segundo turno, Vecchio disse que irão acontecer reuniões com as direções federal, estadual e municipal do PDT, além da própria Juliana. Por enquanto, ele enfatiza que não irá manifestar uma posição. Vecchio adianta que nesta semana deverão ocorrer reuniões para tratar do tema.
Já o Dr. Thiago adiantou que, pessoalmente, não se sente confortável em apoiar qualquer um dos candidatos que passou para o segundo turno e "não estará com nenhum deles". Sobre Sebastião Melo (MDB) ele mencionou suspeitas de desvios de recursos públicos e problemas de competência em secretarias, como a da Saúde.
No caso da candidatura petista, ele cita que tem divergências ideológicas, como em questões de liberação de drogas ou relativização da propriedade privada. Já sobre o União Brasil, ele diz que o partido vai reunir seus quadros e debater a postura no segundo turno.
O discurso dos dois dirigentes fechou um dia no diretório do PDT que começou cheio de otimismo e acabou em desilusão. Logo na abertura das primeiras urnas, quando Juliana aparecia cerca de 6 pontos percentuais atrás da segunda colocada, a petista Maria do Rosário, o desânimo era evidente no comitê do PDT.
Durante a apuração dos votos, quando já era claro que Juliana não chegaria ao segundo turno, um militante chegou a exclamar "mas também, concorrendo contra as máquinas municipal e federal, a gente não tem a máquina".

A candidatura de Juliana trouxe de volta a um pleito eleitoral um sobrenome especial para o trabalhismo brasileiro e para história da política brasileira. Neta do ex-governador Leonel de Moura Brizola, durante a campanha, Juliana frisou em sua propaganda eleitoral que alguns diziam que ela vivia à sombra de seu avô, mas na verdade, enfatizava a candidata, ela “vive na luz de Leonel Brizola”. Juliana ressaltava que sua identificação com o icônico familiar vai além do sobrenome, honrando os ideais e o trabalho do seu parente.

Entre os pontos defendidos nessas eleições pela candidata,que já exerceu mandatos como vereadora de Porto Alegre e deputada estadual, estavam a revisão do planoPlano Diretor da Capital, restringindo a ocupação em áreas de risco, a implementação de projetos de habitação social para realocação de famílias vulneráveis e a adoção de soluções baseadas na natureza para aumentar a permeabilidade do solo.

Além disso, propôs alinhar o Plano de Drenagem com outros instrumentos de planejamento urbano, como o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, estabelecer diretrizes de uso e ocupação do solo e criar no espaço de construção da cidade arruamentos com arborização e jardins para livre passagem de pedestres.

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