A candidata do PT à prefeitura de Porto Alegre, Maria do Rosário, reafirmou ao longo deste domingo (6) de eleições a confiança no trabalho realizado durante a campanha e no sucesso da comunicação com o eleitor. E, das ruas, assegura ter colhido a percepção de que a população de Porto Alegre quer a mudança que sua candidatura oferece. Mais do que isso, aposta na igualdade de espaço e tempo no segundo turno para alavancar a candidatura e chegar ao Paço Municipal.
A mobilização começou logo no início da manhã, em um café da manhã com apoiadores, no Chalé da Praça XV, no Centro da Capital, onde dezenas de apoiadores e nomes históricos do partido e de correntes da esquerda marcaram presença desde as 7h. Entre eles estavam Tarso Genro, Olívio Dutra, Miguel Rossetto, Sofia Cavedon, José Fortunati, Manuela D’Ávila, Luciana Genro, Raul Carrion, Edegar Pretto e o presidente estadual do PSB, Mário Bruck.
Ali, a emoção e a empolgação da candidata a vice, Tamyres Filgueira contagiou a militância. Com lágrimas nos olhos e a voz embargada, Tamyres exaltou a “coragem” e a “ousadia” daqueles que participaram da campanha. “O sentimento de mudança é forte. As urnas vão responder”, disse.
No mesmo tom, Maria do Rosário assegurou que irá reencontrar os eleitores no segundo turno. “Quando fala a emoção, fala a alma. Essa campanha, por mais que a gente se coloque nela, não é sobre nós, mas sobre uma cidade que precisa e quer mudança. E a nossa diferença para o adversário é que carregamos a história como lastro para o futuro”, afirmou, sob uma onda de aplausos e gritos de incentivo.
Na sequência, a petista seguiu para o Colégio Murialdo Porto Alegre, no bairro São José, onde vota. O deslocamento foi em um micro-ônibus, ao lado de representantes dos partidos coligados. Eles desceram antes da entrada e fizeram uma pequena caminhada, durante a qual receberam cumprimentos e palavras de apoio de eleitores.
Entraram juntos, de mãos dadas, e subiram até o 2º andar, onde fica a seção 175. Maria do Rosário aguardou na fila por cerca de 10 minutos até chegar sua vez de votar. Enquanto isso, conversava com as eleitoras que estavam à sua frente.
Quando ingressou na sala, um momento de tensão dominou o ambiente. A candidata não apresentou o título de eleitor, mas a carteira de identidade. E houve alguma dificuldade para a mesária encontrar seu nome no sistema eletrônico do Tribunal Regional Eleitoral. Foram cerca de cinco minutos de apreensão.
Maria do Rosário só respirou aliviada quando seu registro foi identificado e ela pode seguir para a cabine de votação. Chegou a esboçar um sorriso, balbuciou uma brincadeira e provocou risos de quem estava na sala. Com a ansiedade dos instantes anteriores, ela nem lembrou de fazer o tradicional aceno para fotos.
Ao sair, fez uma breve fala para os jornalistas que acompanhavam sua caminhada e procurou conversar com todos que apareciam à sua frente. Logo após, partiu de carro para a Igreja São Jorge, na avenida Bento Gonçalves, e depois para a Pucrs, onde concedeu entrevistas para emissoras de rádio.
Ela reafirmou as críticas à atual administração municipal e a intenção de fazer um governo “renovado”, atendendo às expectativas da população, com atenção especial àqueles que vivem em áreas periféricas ou em condições mais vulneráveis. “Nossa caminhada não é pela política. A política é o caminho para fazer o melhor pela população. Temos uma missão, uma causa. É por respeito à vida e à dignidade”, disse.
A petista comemorou o fato de a campanha ter ocorrido sem episódios de violência e agressões. Ela disse não ter visto uma “cidade com raiva”, mas respeitando opiniões. “Política é pedagogia também”, definiu, acrescentando que “até com o (Partido) Novo” conseguiu debater.
Evocando a importância da alternância de poder, ela apontou seu principal oponente como responsável ela piora dos serviços públicos e por uma “continuidade descontínua”, além de se definir como “mais madura” e em seu “melhor momento”.
Maria do Rosário, porém, não deixou de bater nas pesquisas de intenção de voto realizadas por diferentes institutos, que apontavam ampla vantagem de Sebastião Melo (MDB) e uma disputa acirrada com Juliana Brizola (PDT).
“As pesquisas mostraram todos os resultados possíveis. É preciso mais transparência na metodologia. Por isso eu questiono as pesquisas. E fico com a minha, das ruas”.