A realização das eleições para prefeito e vereador em todos os 497 municípios do Rio Grande do Sul exige uma operação logística que envolve etapas diversas e tem como “personagem” central a urna eletrônica.
Nesta sexta-feira (4), as cerca de 30 mil urnas eletrônicas que serão utilizadas no domingo (6) começarão a ser distribuídas para as 173 zonas eleitorais em todo o RS. A previsão de conclusão é no sábado à tarde.
Nesta sexta-feira (4), as cerca de 30 mil urnas eletrônicas que serão utilizadas no domingo (6) começarão a ser distribuídas para as 173 zonas eleitorais em todo o RS. A previsão de conclusão é no sábado à tarde.
Os equipamentos saem de cerca de 140 depósitos diferentes, junto a cartórios eleitorais, e o transporte é feito por uma empresa terceirizada, contratada pelo TRE-RS. Em Porto Alegre, elas começam a deixar o depósito do TRE às 7h desta sexta.
Neste ano em especial, no qual centenas de cidades do RS foram atingidas por excesso de chuvas e inundações, foi necessária a substituição de mais de 5,8 mil urnas danificadas. Parte delas estará presente nas seções dos 57 locais de votação realocados em 27 cidades gaúchas e que serão utilizadas por cerca de 82 mil eleitores.
O carregamento das urnas com os softwares e demais dados necessários ocorreu de 19 a 27 de setembro em todas as zonas eleitorais do estado. Para a eleição em Porto Alegre, foram carregadas 3,3 mil urnas no local em que os equipamentos estão armazenados, em Canoas. Na semana anterior ao pleito, também foi realizada uma inspeção em todas as urnas preparadas, para verificar seu funcionamento e conformidade.
É só depois disso que é iniciada a logística de distribuição das urnas eletrônicas nos respectivos locais de votação e seções eleitorais, realizada normalmente na sexta e no sábado antes da eleição. Segundo a Justiça Eleitoral, essa dinâmica varia em função das necessidades e características de cada zona eleitoral. Em locais mais distantes ou de difícil acesso, o transporte das urnas pode ser feito por helicópteros, aviões e barcos, como na região Norte do País.
De acordo com o órgão, alguns tribunais podem fazer a entrega das urnas aos presidentes de mesa, que cuidam da guarda e montagem das seções eleitorais. Outros fazem o transporte das urnas por rotas, onde são distribuídas. As seções serão montadas no sábado (5), um dia antes da data da eleição.
Eleição terá estreia de novo modelo de urna eletrônica
Em todo o Brasil, os votos dos eleitores são “depositados” em cerca de 571 mil urnas eletrônicas. Destas, 220 mil foram fabricadas no ano passado e estreiam nesse domingo: é o modelo UE2022, que substitui as urnas modelo 2011. No pleito deste ano, estarão também em operação os modelos dos anos de 2013, 2015 e 2020. Elas são projetadas para ter uma vida útil de 10 anos, ou seis eleições consecutivas.
Segundo a Justiça Eleitoral, os equipamentos novos têm melhorias na capacidade de processamento – elas são 18 vezes mais rápidas do que o modelo de 2015. Essas características também estão presentes nas urnas do modelo 2020, que estrearam nas últimas eleições gerais.
Todos os equipamentos também terão, neste ano, um recurso de acessibilidade para eleitores com deficiência visual: uma voz sintetizada, batizada de “Letícia”, para guiar eleitores cegos ou com baixa visão. Para usar o recurso, o eleitor receberá fones de ouvido dos mesários, para garantir o sigilo do voto. A projeção do TSE é de haja, em 2024, mais de 1,4 milhão de eleitores com alguma deficiência.
O Brasil adota as urnas eletrônicas desde 1996. O primeiro modelo, de fabricação totalmente nacional, foi o UE96, desenvolvido pelo TSE no início da década de 1990. Desde então, o equipamento passa por aprimoramentos regulares de software e hardware, resultando no lançamento de novos modelos.
TRE realiza testes de integridade e autenticidade em evento de Votação Paralela
Uma das iniciativas que ajuda a comprovar a autenticidade das urnas e do voto eletrônico é a Votação Paralela, em que o equipamento passa por testes de integridade e integridade com biometria, e autenticidade. Serão 35 urnas eletrônicas escolhidas aleatoriamente, por indicação de partidos políticos e entidades de fiscalização, ou por sorteio, para serem auditadas. Essa escolha acontecerá na manhã do sábado (5).
No primeiro turno das eleições, no domingo (6), os testes acontecerão na PUCRS, no saguão do Prédio 30 e na sala 807, do prédio 50 (com biometria).
O teste de integridade simula uma votação com candidatos oficiais nas urnas eletrônicas, e com cédulas de papel preenchidas por pessoas da sociedade civil. Os votos das cédulas são digitados em um sistema de apoio e também na urna eletrônica para que, ao final da votação, sejam comparados os resultados. Todo o procedimento é filmado e acompanhado por auditoras e auditores externos.
No teste de integridade com biometria, após votarem em suas respectivas seções eleitorais, os eleitores aceitam o convite e habilitam a urna eletrônica para os mesmos procedimentos do teste tradicional.
Já o teste de autenticidade dos sistemas eleitorais ocorre pela verificação da autenticidade (assinaturas digitais) e integridade (resumos digitais) dos programas instalados nas urnas eletrônicas nos próprios locais, antes do início da votação.