A prestação parcial das contas dos candidatos à prefeitura de Porto Alegre neste ano, publicadas no domingo (15) pelo Tribunal Superior Eleitoral, revelou diferentes patamares de despesas com itens de divulgação. Enquanto candidatos pequenos gastam principalmente com a produção de material impresso, como panfletos e adesivos, e impulsionamento de conteúdo nas redes sociais, os concorrentes a quem se destina a maior fatia de recursos dos partidos e do fundo de campanha, também precisam reservar grandes somas para a produção de programas de TV e Rádio, produção musical, contratação de equipes de marketing e até de atores. O gasto específico na divulgação representa um montante de R$ 10,3 milhões.
Entre os três candidatos melhor colocados nas pesquisas, essas rubricas representam 96% do total de todos as candidaturas, segundo um levantamento do Jornal do Comércio utilizando as despesas informadas pelos candidatos à Justiça Eleitoral. As rubricas mais caras são TV, rádio e vídeo, a realização de pesquisas eleitorais, e a contratação de equipes de marketing e do chamado marqueteiro, que coordena a estratégia política das candidaturas. Como são prestações parciais, até o fim da campanha para o primeiro turno os números podem mudar, com a inclusão de mais despesas de cada concorrente.
Com o maior gasto parcial declarado até agora, Maria do Rosário (PT) também foi quem mais empregou recursos específicos para a divulgação da candidatura: foram até agora R$ 4.657.036,90, dos quais a produção de rádio e TV é o custo mais vultoso, representando 32,5% dos gastos gerais. Os serviços contratados pela petista inclui também o impulsionamento de conteúdo, pesquisas eleitorais, produção de impressos e adesivos, agência de marketing, sonorização e iluminação, e criação publicitária.
Em segundo lugar, Juliana Brizola (PDT) teve despesas no segmento de R$ 3.254.076, com quase metade dos recursos gerais gastos somente na produção dos programas, que custaram R$ 1.830.550,00. Outros serviços relacionados à divulgação incluem impressos, pesquisas, impulsionamento, jingle, eventos, e a contratação de equipes de marketing e do marqueteiro da campanha.
Sebastião Melo (MDB) vem em terceiro na prestação parcial de gastos de divulgação, com R$ 2.075.160,00 direcionados à área. Rádio e TV representam 43% das despesas gerais, com R$ 852.000,00. Impressos, pesquisas, adesivos, impulsionamento e gastos com profissionais da área – a candidatura não contratou um marqueteiro externo para a elaboração de estratégias – equivalem aos demais gastos.
No caso dos candidatos considerados “nanicos” por não contarem com tempo de TV e, portanto, menos recursos públicos, o patamar de despesas é bem menor. Felipe Camozzato (Novo) gastou até agora R$ 295.713,97 na divulgação da candidatura. Dentre eles, ainda assim, utiliza um serviço contratado pelos candidatos maiores: o custo do marqueteiro da campanha é de R$ 121.600,00, cerca de 40% do total alocado para a divulgação. O deputado estadual também contratou empresa de marketing e para a produção de jingle, além de impulsionamento, impressos, produção de eventos, fotos, e outros.
As despesas de Luciano Schafer (UP) para propagandear sua candidatura se limitam à produção de impressos e adesivos, com um custo de R$ 31.728,00, 70% dos gastos totais. Fabiana Sanguiné (PSTU) dispendeu até agora um total de R$ 14.070,00 utilizados em impressos e adesivos, e no impulsionamento de mensagens. Carlos Alan (PRTB) foi o que menos gastou, utilizando R$ 4.230,00 em impulsionamento e impressos.
Carlos Pontes (PCO) prestou contas sem indicar despesas e receitas de campanha.