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Publicada em 12 de Setembro de 2024 às 18:05

Candidato do PCO à prefeitura de Porto Alegre, Pontes diz ver na eleição 'um meio e não um fim'

Para César Pontes, o Estado deve ter o monopólio dos serviços essenciais

Para César Pontes, o Estado deve ter o monopólio dos serviços essenciais

THAYNÁ WEISSBACH/JC
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Ana Carolina Stobbe
Ana Carolina Stobbe
A candidatura do professor aposentado César Pontes (PCO) à prefeitura de Porto Alegre destoa das demais. Afinal, ele diz não acreditar no sistema político vigente no Brasil e aproveita as eleições para divulgar as ideias do seu partido, vendo nelas "um meio e não um fim". Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, ele avalia o problema das enchentes em Porto Alegre e explica seus objetivos na disputa eleitoral. 
A candidatura do professor aposentado César Pontes (PCO) à prefeitura de Porto Alegre destoa das demais. Afinal, ele diz não acreditar no sistema político vigente no Brasil e aproveita as eleições para divulgar as ideias do seu partido, vendo nelas "um meio e não um fim". Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, ele avalia o problema das enchentes em Porto Alegre e explica seus objetivos na disputa eleitoral. 
Jornal do Comércio — Por que quer ser prefeito de Porto Alegre?
César Pontes — Na realidade minha candidatura não é individual, é do partido. Estamos preocupados em propagar o programa e as reivindicações do partido porque não vemos a eleição como um fim, mas como um meio. Não acreditamos no sistema político vigente no Brasil de uma democracia liberal representativa. Algumas pessoas me perguntam porque estou participando desse jogo, e a resposta é que essa brecha que se chama eleição, é uma brecha que temos para divulgar nossas ideias, mas não concordamos com as regras dela. Nós nos valemos da eleição para passar o nosso conteúdo e a interpretação que fazemos da realidade.
JC — Caso eleito, que marca gostaria de deixar?
Pontes — O nosso trabalho é fazer a população governar. Esse é o nosso papel. Estamos nos empenhando nisso porque somos comunistas. Ou seja, acreditamos que o Estado deve ter o monopólio de todos os serviços essenciais, mas quem deve administrar é a população. Sem a população, nenhum sistema se mantém de pé. E esse sistema se mantém de pé porque as pessoas estão verdadeiramente anestesiadas, não discutem e demonizam a política. Não podemos demonizar a política. A política é a única saída para os problemas públicos.
JC — Como enxerga a questão das enchentes e o que acredita que poderia ser feito?
Pontes — Os nossos gestores foram negligentes, não há como fugir disso. A política que eles colocaram em prática é uma política neoliberal, de arrocho salarial, de contenção do gasto público, de aumento da carga tributária e da contenção do crédito às pequenas e médias empresas. Então, só favorece os interesses econômicos e os poderosos. Eles praticaram calculadamente essa política, sabiam que poderia acontecer o desastre que aconteceu e não tiveram a capacidade de nem mesmo fazer o tema de casa, que era cuidar da manutenção do sistema, porque o sistema já existia, só que ele está completamente sucateado porque de ano a ano os recursos do nosso orçamento estão cada vez menores porque temos uma dívida pública municipal astronômica. Todos esses candidatos que se apresentam como pessoas que vão resolver problemas não estão sendo honestos, porque com os recursos que nós temos não é possível fazer isso. E foi esse discurso que foi utilizado logo depois da enchente para esses gestores públicos se apresentarem como verdadeiras vítimas quando eles foram algozes.
JC — Entende que não haveria recursos para executar ações de proteção contra enchentes?
Pontes — Não sem aumentar a dívida pública. E mesmo com uma moratória suspendendo a dívida, nos primeiros anos a gente não vai conseguir resolver isso. Esses problemas, como também o da educação, só podem ser resolvidos com o apoio da sociedade. Só mobilizando a sociedade e a sociedade entendendo que precisa fiscalizar e administrar junto com o prefeito a cidade será possível.
 

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