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Publicada em 22 de Julho de 2024 às 13:40

Especialistas analisam as chances de vitória de Kamala Harris sobre Trump

Kamala Harris é a sucessora natural de Joe Biden nas eleições norte-americanas

Kamala Harris é a sucessora natural de Joe Biden nas eleições norte-americanas

ALLISON JOYCE/AFP/JC
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Maria Amélia Vargas
Maria Amélia Vargas Repórter
A pouco mais de 100 dias do pleito, a desistência de Joe Biden da candidatura à reeleição à presidência dos Estados Unidos,anunciada neste domingo (21), deixa poucas alternativas de substituição ao Partido Democrata. O nome mais natural para este processo de transição na disputa presidencial é o da atual vice-presidente Kamala Harris. Diante da urgência, especialistas acreditam que ela seja oficialmente nomeada na convenção prevista para ocorrer no próximo dia 19 de agosto.
A pouco mais de 100 dias do pleito, a desistência de Joe Biden da candidatura à reeleição à presidência dos Estados Unidos,anunciada neste domingo (21), deixa poucas alternativas de substituição ao Partido Democrata. O nome mais natural para este processo de transição na disputa presidencial é o da atual vice-presidente Kamala Harris. Diante da urgência, especialistas acreditam que ela seja oficialmente nomeada na convenção prevista para ocorrer no próximo dia 19 de agosto.
Para o professor de Relações Internacionais da UniRitter, João Gabriel Burmann, ela não seria necessariamente a melhor opção, “mas a única viável atualmente”. Apesar de, na sua opinião, ela não ter sido uma vice-presidente de grande destaque durante o mandato e não ter sido preparada para ser uma sucessora, Kamala é um dos poucos nomes à disposição.
Por outro lado, o docente ressalta que Kamala tem um viés intervencionista muito forte. Sendo assim, como candidata, seria difícil antagonizar de forma eficaz ao pensamento do seu oponente, pois “continuaria, por exemplo, apoiando Israel com relação à guerra em Gaza e provavelmente ela seguiria com a política de sustentação da Ucrânia na guerra contra a Rússia”.
Burmann pondera que o candidato a vice de Donald Trump tem trazido esse elemento de política externa de uma maneira bem forte e é um crítico da atuação externa dos Estados Unidos em guerra: “O conflito da Ucrânia é impopular pela questão de custo. Há necessidade de que os Estados Unidos alterem uma série de políticas econômicas para poder, não tanto sustentar a guerra, mas lidar com os seus impactos econômicos. O aumento da taxa de juros é em grande parte relacionado à questão da alteração da macroeconomia Global em função da guerra.”
A questão do financiamento de campanha, por sua vez, seria outro ponto positivo. Segundo explica o professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Ciência Política da Escola de Humanidades da PUCRS, Augusto Neftali, ela tem apoio financeiro dos grandes doadores e já arrecadou R$ 20 milhões no primeiro dia. “Além de ser mais fácil para Kamala conseguir mobilizar os recursos que haviam sido doados para a campanha do Biden”.
Além disso, Neftali acredita que ela é única pessoa que já tem força suficiente para ser nomeada pelo partido “sem criar grandes problemas e confusões, já que tem apoio de mais da metade dos deputados, dos senadores e dos governadores democratas”.
Nesse sentido, o especialista destaca também que, pelo fato de ela ser uma opção mais jovem, “a expectativa é de que ela consiga energizar os militantes democratas, em especial os mais jovens e as populações que não são brancas, os afro-americanos e hispânicos e assim levar mais pessoas para votar e se envolver nas campanhas”.


Especialistas apontam as principais questões da possível candidatura de Kamala

Pontos positivos
- Como vice-presidente, ela é a herdeira natural da administração da administração de Biden, e ele mesmo a indicou candidata.
- Os índices de empregos bons e o governo Biden tem um histórico de defender os direitos dos trabalhadores.
- Uma das áreas onde ela tem algum destaque positivos durante seu mandato como congressista foram as políticas dos direitos reprodutivos das mulheres, uma pauta defendida pelos democratas.
- Nas pesquisas anteriores ao atentado contra o candidato Republicano, a distância de Trump para Kamala é menor do que a distância que existia de Trump para Biden.
- A expectativa é de que ela consiga energizar os militantes democratas, em especial os mais jovens e as populações que não são brancas: os afro-americanos e os hispânicos. E assim levar mais pessoas para votar e se envolver nas campanhas, retomando maioria no Arizona, o Novo México, a Geórgia, o Arizona.


Pontos negativos
- Kamala tem um viés bastante intervencionista e a campanha de Trump é um crítico da atuação externa dos Estados Unidos em guerra (e seus efeitos na economia dos EUA).
- Como vice, ela teve uma atuação bastante apagada e nunca propôs uma agenda que fosse dela.
- O governo do Biden não ser diferenciou muito do governo do Trump com relação à migração. Houve, inclusive, denúncias de ações e de manutenção de crianças separadas dos seus pais nos chamados centro de detenção, além de ações truculentas da polícia imigratória.
- Apesar de ser um mulher de origem afro-americana, durante o seu durante a sua atuação como promotora do Estado da Califórnia, ela teve uma política bastante persecutória das pessoas negras.

Fontes: Augusto Neftali, professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Ciência Política da Escola de Humanidades da PUCRS; e João Gabriel Burmann, professor de Relações Internacionais da UniRitter.

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