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Publicada em 15 de Julho de 2024 às 18:08

Definição sobre isenção de IPTU para atingidos por enchente não avança na Câmara de Porto Alegre

Empresários discordaram do argumento do governo para vetar projeto

Empresários discordaram do argumento do governo para vetar projeto

Ederson Nunes/CMPA/Divulgação/JC
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Ana Carolina Stobbe
Ana Carolina Stobbe
Após veto parcial do prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo (MDB) no texto do projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal que ampliava a isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) até 2026, as decisões sobre a remissão não avançaram. Nesta segunda-feira (15), última sessão antes do recesso legislativo, a manutenção ou derrubada do veto seria votada. Entretanto, durante a apreciação da matéria, o quórum foi derrubado, adiando a votação para agosto.
Após veto parcial do prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo (MDB) no texto do projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal que ampliava a isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) até 2026, as decisões sobre a remissão não avançaram. Nesta segunda-feira (15), última sessão antes do recesso legislativo, a manutenção ou derrubada do veto seria votada. Entretanto, durante a apreciação da matéria, o quórum foi derrubado, adiando a votação para agosto.
De acordo com o líder do governo, Idenir Cecchim (MDB), a emenda que havia sido aprovada originalmente e que ampliava o prazo de remissão do IPTU é inconstitucional. Principalmente por legislar sobre o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) que, de acordo com o parlamentar, não compete à Câmara. Além disso, outro problema apresentado por ele foi de que delegaria uma responsabilidade ao próximo prefeito, que deve ser eleito em outubro deste ano e iniciará seu mandato em janeiro de 2025.
Durante a defesa da manutenção do veto, Cecchim citou ainda um outro projeto encaminhado na segunda-feira anterior (08) pelo Executivo e que prevê a remissão apenas até o final de 2024, sem extrapolar o atual mandato de Melo. Segundo o líder governista, com a manutenção do veto e a aprovação da nova proposta, mais pessoas poderiam ser beneficiadas.
Um grupo de empresários afetados pelas enchentes da região do 4º Distrito que acompanhavam a sessão reagiram negativamente às falas de Cecchim, iniciando uma discussão. “Tem vereadores que gostam de vender ilusão. Eu não vendo ilusão. E não me impressiono com essa pressão. Nós vamos manter o veto para poder aprovar um projeto que possa ser viável”, respondeu o parlamentar às críticas.
“Você é empresário como eu e você sabe a dor desses empresários”, retrucou a vereadora Mari Pimentel (Republicanos) ao líder do governo. A ela, se somaram parlamentares de diferentes vertentes políticas. Foi o caso do vereador Alex Fraga (PSOL), cujo pronunciamento considerou que desde o início do projeto foi demonstrada uma “falta de diálogo” do governo com os parlamentares.
O vereador Jonas Reis (PT) criticou a bancada do partido Novo por votar pela derrubada do veto apenas por um apoio aos empresários e não pela população em geral. No entanto, afirmou que acompanharia o posicionamento “em defesa do povo trabalhador”.
Ramiro Rosário (Novo), um dos proponentes da emenda que ampliava o prazo de remissão do IPTU, defendeu que a proposta era, sim, constitucional. De acordo com ele, o projeto previa a remissão do ISSQN apenas para trabalhadores autônomos e não de toda a população, sobre o qual a casa poderia legislar. “Dizer que é inconstitucional me parece uma má leitura da legislação”, complementou o colega de bancada Tiago Albrecht (Novo).
Encerrada a discussão, foi iniciada a votação a partir de um trecho destacado pelo vereador Cláudio Janta (Solidariedade) e que tratava especificamente sobre os taxistas. Nesse momento, Cecchim tentou retirar o projeto de votação, o colocando na pauta apenas no retorno do recesso. Entretanto, como já estava sendo apreciado, não foi possível fazê-lo.
Com isso, o líder do governo buscou a queda do quórum. Para a derrubada do veto, era necessário que dois terços dos parlamentares votassem contrários a ele. Entretanto, durante a apreciação, apenas treze expressaram seu posicionamento no painel. Sete para a rejeição e seis para a manutenção. Assim, tanto o veto quanto o novo projeto do Executivo sobre o IPTU serão votados apenas no retorno do recesso, que acontecerá em 5 de agosto.
A ordem do dia foi encerrada devido à falta de quórum e gerou críticas dos parlamentares. Houve uma iniciativa de realizar uma sessão extraordinária para manter a votação, mas não foi possível obter acordo da liderança do governo para isso. Assim, foi acordada a realização de uma nova sessão, mas apreciando apenas os demais projetos previstos para a ordem do dia.

Base se dividiria na votação

Durante a apreciação do veto, foi possível identificar uma desunião da base do governo Melo. Afinal, a vereador Mônica Leal (PP) chegou a votar contrariamente à manutenção do veto, acompanhando a oposição, os vereadores do partido Novo e a parlamentar Mari Pimentel (Republicanos).
Segundo Mônica, o líder do governo estava a pressionando para votar pela manutenção do veto, tendo ameaçado votar contrariamente a um projeto de autoria da vereadora e que estava previsto na ordem do dia. A base já havia rachado anteriormente durante a votação do projeto que recebeu veto parcial.

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