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Publicada em 03 de Julho de 2024 às 19:02

Reposição salarial dos vereadores de Porto Alegre gera polêmica

Correção anual que considera índices da inflação atinge salários de vereadores e funcionários da Câmara

Correção anual que considera índices da inflação atinge salários de vereadores e funcionários da Câmara

Leonardo Lopes/CMPA/Divulgação/JC
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Ana Carolina Stobbe
Ana Carolina Stobbe
A reposição salarial dos vereadores e funcionários da Câmara Municipal de Porto Alegre foi criticado por parlamentares vinculados ao PSOL. Os pagamentos foram reajustados de acordo com a inflação em 3,69%. Os novos valores serão retroativos ao mês de maio e foram divulgados no Diário Oficial na última terça-feira (02).
A reposição salarial dos vereadores e funcionários da Câmara Municipal de Porto Alegre foi criticado por parlamentares vinculados ao PSOL. Os pagamentos foram reajustados de acordo com a inflação em 3,69%. Os novos valores serão retroativos ao mês de maio e foram divulgados no Diário Oficial na última terça-feira (02).
"A mesa diretora deve rever sua posição e voltar atrás nessa decisão de repor os salários dos vereadores. Os servidores eu acho que merecem, assim como merecem os trabalhadores municipários", reclamou o líder da oposição, vereador Roberto Robaina (PSOL). Em vídeo encaminhado à imprensa, ele ponderou que os servidores municipais não tiveram reposição inflacionária este ano e que as negociações com o prefeito Sebastião Melo (MDB) pararam devido à calamidade gerada pelas enchentes.
Do mesmo partido, o deputado estadual Matheus Gomes (PSOL) criticou em duas publicações realizadas nas redes sociais a decisão da mesa diretora do Parlamento Municipal. "É um tapa na cara de quem perdeu tudo nas enchentes. O vereador Mauro Pinheiro (PP), presidente da Câmara, lidera a chinelagem", escreveu em um tweet. Na publicação ele defende que as verbas públicas deveriam ser destinadas à reconstrução da cidade após as enchentes e "não para o bolso de políticos que já ganham muito bem".
Apesar das críticas do PSOL, a posição de outros partidos de oposição a Melo diverge. É o caso do Partido dos Trabalhadores, visto que o vereador Adeli Sell (PT) foi recém eleito para a mesa diretora da Câmara e assinou o documento que concede a reposição salarial inflacionária.
O presidente da Câmara, vereador Mauro Pinheiro (PP), reitera que a reposição não significa um aumento real do salário, apenas a correção em relação a inflação. "Foi reivindicada pelo sindicato da Casa, teve o acordo de todos da mesa (diretora). É a coisa mais natural que tem a reposição pela inflação. Tem todos os anos", defende. De acordo com ele, parlamentares e funcionários do legislativo municipal também foram afetados pela enchente, tornando a medida necessária.
Com a reposição, o salário bruto dos vereadores subirá de R$ 17,4 mil para R$ 18 mil. Já o do presidente da Casa, que possui um adicional, passará de R$ 21,7 mil para R$ 22,5 mil.
A partir de 2025, no entanto, os salários dos parlamentares, de secretários municipais e do próprio prefeito e vice serão aumentados para além da inflação. O reajuste não era votado há 3 legislaturas e foi aprovado em sessão plenária em julho de 2023.

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