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Publicada em 01 de Julho de 2024 às 17:53

Presidente da CEEE Equatorial responsabiliza gestão estatal por problemas na rede

Riberto Barbanera alegou que subestações já vinham sobrecarregadas

Riberto Barbanera alegou que subestações já vinham sobrecarregadas

Marlon Kevin/CMPA/Divulgação/JC
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Ana Carolina Stobbe
Ana Carolina Stobbe
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de Porto Alegre que investiga a CEEE Equatorial recebeu nesta segunda-feira (01) o diretor-presidente da empresa, Riberto José Barbanera, para prestar seu depoimento. Esta foi a última oitiva presencial da CPI, que ainda encaminhará perguntas para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) antes de montar o relatório final.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de Porto Alegre que investiga a CEEE Equatorial recebeu nesta segunda-feira (01) o diretor-presidente da empresa, Riberto José Barbanera, para prestar seu depoimento. Esta foi a última oitiva presencial da CPI, que ainda encaminhará perguntas para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) antes de montar o relatório final.
A presidente da CPI, Cláudia Araújo (PSD), iniciou a oitiva encaminhando uma série de perguntas a Barbanera. Entre elas, quais os maiores problemas em relação ao serviço. Sobre isso, o depoente afirmou que quando o Grupo Equatorial assumiu a concessão, em 2021, a situação das redes era precária, mas que a empresa está investindo em melhorias desde então. “70% dos transformadores de subestações da CEEE Equatorial estavam sobrecarregados, não tinham mais condições de receber carga”, exemplificou.
Ele responsabilizou a antiga estatal pelos problemas atuais da rede elétrica. “A privatização não é um virar de chaves que no dia seguinte tudo estaria ok. Pelo longo atraso nos investimentos, pela longa ausência de tecnologia aplicada, há necessidade de tempo para se fazer esse serviço e colocá-lo em dia e colocar a concessão da CEEE Equatorial a um patamar que possa ser comparado às demais concessionárias do País”, reclamou.
Cláudia, no entanto, interrompeu Barbanera, afirmando que a população, inclusive ela enquanto usuária dos serviços da CEEE, não enxerga os investimentos alegados pelo depoente. “Eu vejo muitos postes caídos na cidade, eu vejo pessoas indo fazer conserto e não conseguindo. O que eu vejo é vocês atendendo e colocando redes nas comunidades mais carentes, nas ocupações, para cobrar a conta”, desabafou. Em resposta, Barbanera afirmou que não foi dada visibilidade pela empresa aos investimentos pois a CEEE Equatorial adotou uma postura “low profile”.
Questionado pela relatora da CPI, vereadora Comandante Nádia (PL), sobre o ranking da Aneel, em que o Grupo Equatorial ocupa as últimas posições, Barbanera afirmou que essa colocação já é antiga, sendo a mesma desde 2017. “Não é essa a posição que nós queremos, não é essa a posição que nós entendemos adequada para a população gaúcha, e vamos fazer isso com muito investimento, muito trabalho”, pontuou.
O líder de oposição na Câmara, Roberto Robaina (PSOL) , exerceu críticas ao Grupo Equatorial e, em seguida, questionou de forma incisiva sobre a efetividade dos cursos de capacitação online para a formação de eletricistas. A resposta de Barbanera foi de que isso é permitido pela legislação atual. “Os conceitos teóricos podem ser transmitidos de forma online. Porém, há que se considerar a parte prática presencial a ser realizada”, complementou.
Outro aspecto apontado por Robaina foi de que o Ministério Público do Trabalho tem investigado a Setup, empresa terceirizada contratada pela CEEE Equatorial para a manutenção das redes, por uma suposta fraude na emissão dos certificados de formação. “Quando recebemos essa denúncia, prontamente nós ativamos nossa auditoria interna, obviamente nós não podemos compactuar (com isso). E a nossa auditoria interna vem trabalhando nesse processo para entender o que está acontecendo lá, dando à Setup o direito de defesa” respondeu Barbanera.
Por fim, Robaina relembrou a morte de trabalhadores a serviço da CEEE Equatorial devido a acidentes de trabalho. Entretanto, nesse aspecto, Babanera apenas alegou que “na nossa operação nós não temos nenhuma morte (registrada) aqui em Porto Alegre, que é o escopo da CPI”, não comentando os óbitos nos demais municípios.

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