O governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) compareceu à Assembleia Legislativa para apresentar o plano de reconstrução do Estado e expor números da tragédia climática que assolou o Estado. Na ocasião, demonstrou o impacto econômico que deve ser sofrido pelo Rio Grande do Sul em 2024.
Os danos causados pelas enchentes devem afetar o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul em 12% para este ano - a previsão do Palácio Pìratini é de impacto de R$ 55 bilhões a R$ 80 bilhões até dezembro. Apenas em maio, houve queda de R$ 10 bilhões a R$ 14 bilhões no PIB do mês, em comparação a maio de 2023.
O impacto projetado para ativos da economia gaúcha é de R$ 60 bilhões a R$ 75 bilhões, considerados apenas os danos causados pelas inundações, enchentes e enxurradas a bens de capital em ativos pessoais, agrícolas, industriais, comerciais, públicos e de infraestrutura.
"A estimativa até que o Estado tenha a sua recuperação, para poder se dizer efetivamente a normalidade, se estima que tenhamos um impacto de cerca de 12% no PIB do Estado, quando anualizado, até a retomada do ritmo de crescimento da economia. Importante mencionar que essa análise não inclui gastos para reconstrução com a infraestrutura ideal, estamos falando simplesmente da infraestrutura perdida para ser reconstruída sem olhar, por exemplo, que uma ponte tenha que ser melhor construída para ser mais resiliente. Estamos falando da infraestrutura que existia e que se perdeu", declarou Leite a deputados e demais autoridades do RS.
O governador destacou também os impactos causados pela paralisação das operações do Aeroporto Internacional Salgado Filho, cujo reflexo econômico deve ser de R$ 2,4 bilhões a R$ 3,1 bilhões - quase 0,5% do PIB anual do Estado e equivalente a até R$ 460 milhões por mês. Uma estimativa da Fraport, concessionária responsável pela administração do aeroporto de Porto Alegre, aponta que o impacto apenas em ativos do sítio aeroportuário é de R$ 1 bilhão. "Estamos falando de apenas um equipamento, apenas o aeroporto, sozinho, tem um impacto de até meio por cento do PIB anual - até R$ 460 milhões por mês enquanto o aeroporto tiver fechado", disse Leite.
Com todos os efeitos causados pelas grandes cheias de maio de 2024, o Rio Grande do Sul tem um longo caminho a trilhar em busca da reconstrução. O Executivo estima que uma recuperação plena da economia gaúcha após a catástrofe pode durar até três anos.
"Uma análise feita por estudos de consultorias especializadas associadas à nossa equipe técnica apontam uma expectativa de uma recuperação que pode levar até dois a três anos para que possamos ter uma recuperação econômica em relação ao que tivemos do impacto deste evento climático", declarou o tucano.