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Publicada em 19 de Junho de 2024 às 20:01

Lira recua e tira PEC da Anistia de pauta em meio a tentativa de acordo com Senado

Presidente da Câmara dos Deputados espera manifestação favorável de Rodrigo Pacheco, líder da outra Casa

Presidente da Câmara dos Deputados espera manifestação favorável de Rodrigo Pacheco, líder da outra Casa

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados/Divulgação/JC
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Folhapress
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), recuou e tirou nesta quarta-feira (19) da pauta de votações do plenário da Casa a PEC da Anistia, proposta que visa dar um perdão a irregularidades cometidas por partidos, em especial a falta de aplicação de recursos em candidaturas de mulheres e negros. A PEC havia entrado na pauta de votações na última terça-feira (18) após reunião de Lira com líderes partidários.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), recuou e tirou nesta quarta-feira (19) da pauta de votações do plenário da Casa a PEC da Anistia, proposta que visa dar um perdão a irregularidades cometidas por partidos, em especial a falta de aplicação de recursos em candidaturas de mulheres e negros. A PEC havia entrado na pauta de votações na última terça-feira (18) após reunião de Lira com líderes partidários.
Nos bastidores, deputados afirmaram que o desengavetamento da proposta, que estava parada desde 2023, ocorreu após garantia de que o Senado também abraçaria a medida. Essa informação teria sido levada a líderes partidários pela presidente do Podemos, a deputada Renata Abreu (SP), além de outros presidentes de partidos. Essa garantia, porém, passou a ser motivo de dúvida na Câmara.
Abreu havia se reunido há cerca de 15 dias com líderes partidários no Senado e na Câmara, e teria dito que um novo texto seria apresentado e amenizaria um pouco o impacto da medida. Em vez de anistiar toda e qualquer irregularidade cometida pelos partidos, a ideia agora seria perdoar apenas a falta de aplicação de recursos nas candidaturas de negros, multas e juros de outras punições, e instituir um Refis, benefício para pagamento de dívidas, aos partidos.
Além da possibilidade de parcelamento dos débitos, os partidos também poderiam usar recursos públicos do Fundo Partidário para quitá-los. O novo texto reforça também anistia e imunidade tributária a partidos, suas fundações e institutos.
Nesta quarta, Lira avisou a dirigentes de outros partidos que só levará a PEC da Anistia a voto se o próprio Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, disser publicamente que analisará a proposta na Casa. O presidente da Câmara manifestou a aliados ter recebido relatos de presidentes de outras legendas de que Pacheco se comprometeu a levar adiante a matéria, mas reafirmou que só passará a confiar nisso se ouvir do próprio senador.
A Câmara chegou a tentar votar a PEC em outubro do ano passado em comissão especial, mas reação contrária barrou a medida. Como não houve votação na comissão no prazo, o presidente da Câmara pode levar o assunto diretamente para o plenário.
A PEC da Anistia conta com o apoio de praticamente todos os partidos, tendo como oposição aberta apenas o PSol e o Novo. Ela já foi aprovada pela CCJ da Câmara e estava em uma comissão especial. Houve três tentativas de votação na comissão no ano passado, mas divergências em alguns pontos específicos adiaram o desfecho.

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