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Publicada em 13 de Junho de 2024 às 01:25

PF indicia Juscelino Filho por suspeita de corrupção

 Juscelino teria envimento em desvios do desvio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf)

Juscelino teria envimento em desvios do desvio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf)

Evaristo Sa/AFP/Divulgação
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Agência Estado
A Polícia Federal (PF) finalizou as investigações sobre desvio de verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e indiciou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho. A corporação imputa ao ministro supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A Polícia Federal (PF) finalizou as investigações sobre desvio de verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e indiciou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho. A corporação imputa ao ministro supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O relatório da investigação aportou no gabinete do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira. Agora, o ministro deve remeter os autos para a Procuradoria-Geral da República, para que ela se manifeste sobre uma eventual denúncia no caso ou peça novas diligências.
O indiciamento se dá na esteira da Operação Benesse, fase ostensiva da investigação que foi aberta em setembro de 2023. Na ocasião, a PF mirou a irmã de Juscelino, a prefeita afastada de Vitorino Freire (MA) Luanna Rezende. A PF solicitou buscas contra Juscelino Filho ao ministro Luis Roberto Barroso, presidente do STF, mas o pedido foi negado.
Em janeiro do ano passado, o Estadão revelou que Juscelino Filho direcionou R$ 5 milhões do orçamento secreto para a prefeitura de Vitorino Freire asfaltar uma estrada de terra que passa em frente à sua fazenda, no município maranhense. A pedido de Juscelino, durante seu mandato como deputado federal pelo União Brasil, os recursos foram parar na prefeitura da irmã.
Loteada pelo Centrão, a Codevasf operacionalizou a distribuição de verbas do orçamento secreto. Ao menos quatro empresas de amigos, ex-assessoras e uma cunhada do ministro ganharam mais de R$ 36 milhões em contratos com a prefeitura de Vitorino Freire.
Em maio, uma auditoria interna da Codevasf concluiu que houve irregularidades em obras realizadas em Vitorino Freire com recursos indicados por Juscelino Filho. Também constatou pagamentos indevidos à empresa contratada para as obras.
Segundo o ministro, a investigação "repete o modus operandi" da Operação Lava Jato, que, em suas palavras, "causou danos irreparáveis a pessoas inocentes". Ele questiona a "isenção" do delegado responsável pelo inquérito.
De acordo com Juscelino Filho, em seu depoimento à PF, o delegado "não fez questionamentos relevantes sobre o objeto da investigação" e "encerrou abruptamente" o procedimento após 15 minutos, "sem dar espaço para esclarecimentos".

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