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Publicada em 11 de Junho de 2024 às 18:56

Deputados negociam destinação de verbas para reconstrução do aeroporto Salgado Filho

Dona da concessão, Fraport informou aos parlamentares que possui crédito de quase R$ 300 milhões com a União

Dona da concessão, Fraport informou aos parlamentares que possui crédito de quase R$ 300 milhões com a União

Felipe Dalla Valle/Divulgação/JC
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Ana Carolina Stobbe
Ana Carolina Stobbe
Um grupo de deputados federais e estaduais, em conjunto com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, realizou uma vistoria no aeroporto Salgado Filho, alagado pela enchente em Porto Alegre. Devido aos danos, os voos precisaram ser transferidos temporariamente à Base Aérea de Canoas. O retorno das operações no aeroporto está previsto apenas para dezembro deste ano.
Um grupo de deputados federais e estaduais, em conjunto com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, realizou uma vistoria no aeroporto Salgado Filho, alagado pela enchente em Porto Alegre. Devido aos danos, os voos precisaram ser transferidos temporariamente à Base Aérea de Canoas. O retorno das operações no aeroporto está previsto apenas para dezembro deste ano.
Segundo a Fraport, empresa que recebeu a concessão do aeroporto em 2018, seriam necessários ao menos R$ 300 milhões em investimentos para o local voltar a operar, valor que pode aumentar ao final da vistoria de todos os equipamentos e estruturas. A verba tem sido cobrada do governo federal, principalmente em razão de uma dívida da União com a empresa de R$ 291,7 milhões, estabelecida como compensação pelos prejuízos enfrentados durante a pandemia de Covid-19, que prejudicou o volume de viagens.
Nesse cenário, parlamentares, líderes empresariais e representantes do governo do RS se organizam para cobrar ações práticas do governo federal. De acordo com o deputado federal Alceu Moreira (MDB), “o aeroporto só não volta a funcionar logo se o governo continuar enrolando (o pagamento da verba)”. De acordo com ele, com recursos, é possível antecipar o retorno das operações. Moreira aponta que os deputados do Partido dos Trabalhadores precisarão auxiliar na negociação da liberação do valor com o governo federal.
A deputada federal Reginete Bispo (PT), por sua vez, argumenta que a questão é mais complexa. Em primeiro lugar, por não ter sido realizada ainda uma vistoria completa. Além disso, ela afirma que não ficou claro ainda qual a responsabilidade da concessionária quanto aos reparos. Apesar disso, confirmou que estará trabalhando junto aos demais parlamentares para que haja investimento para a recuperação do aeroporto.
Reginete diz que os parlamentares da bancada gaúcha trabalham em negociações junto ao Ministério de Portos e Aeroportos e à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para a liberação de recursos. Além dos cerca de R$ 300 milhões relativos à pandemia, ainda há o seguro do aeroporto destinado à Anac e que pode demorar até dois anos para ser repassado.
A bancada gaúcha da Câmara dos Deputados, hoje coordenada por Dionilso Marcon (PT), deve se reunir nesta quarta-feira (12), às 17h. No encontro, as questões do repasse de recursos e do funcionamento do aeroporto devem ser debatidas. Além de Moreira e Reginete, estiveram presentes na vistoria os membros da bancada Marcel van Hattem (Novo), Lucas Redecker (PSDB), Pompeo de Mattos (PDT), Bibo Nunes (PL), Pedro Westphalen (PP), Maria do Rosário (PT), Ronaldo Nogueira (REP), Afonso Motta (PDT) e Afonso Hamm (PP).
Já da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul compareceram o presidente da Frente Parlamentar da Aviação e líder do governo, deputado estadual Frederico Antunes (PP), o presidente da casa, Adolfo Brito (PP) e outros parlamentares. A eles, se somaram o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS), Leonardo Lamachia, e da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), Claudio Bier, assim como o vice-presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Rafael Goelzer.

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