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Publicada em 03 de Junho de 2024 às 20:05

Governo, bancada e empresários gaúchos pedem financiamento da folha de pagamento

Deputados estaduais, federais empresários buscam demonstrar força política em torno das demandas

Deputados estaduais, federais empresários buscam demonstrar força política em torno das demandas

Raul Pereira/ALRS/Divulgação/JC
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Diego Nuñez
Diego Nuñez Repórter
Os agentes políticos do Rio Grande do Sul se mobilizam para estancar a hemorragia econômica deixada pelas enchentes que devastaram o Estado durante o mês de maio. Governo do Estado, bancadas estadual e federal de deputados e os empresários gaúchos se unem em um pleito: que o governo federal assuma o pagamento da folha de funcionários para empresas que foram atingidas pela catástrofe climática.
Os agentes políticos do Rio Grande do Sul se mobilizam para estancar a hemorragia econômica deixada pelas enchentes que devastaram o Estado durante o mês de maio. Governo do Estado, bancadas estadual e federal de deputados e os empresários gaúchos se unem em um pleito: que o governo federal assuma o pagamento da folha de funcionários para empresas que foram atingidas pela catástrofe climática.
O tema foi tratado durante a manhã desta segunda-feira (3) no Centro Administrativo de Contingência, em reunião entre a deputados federais e o governador Eduardo Leite (PSDB), e posteriormente, durante a tarde, na Assembleia Legislativa, em um encontro da bancada federal com deputados estaduais e representantes do empresariados gaúcho.
São pelo menos cinco demandas que devem ser tratadas com urgência em Brasília nesta semana, visto que o quinto dia útil de junho se aproxima e muitas empresas estão com extrema dificuldade de honrar seus compromissos trabalhistas.
O primeiro pedido é a instituição de um "layoff calamidade". Ou seja, repetir o que foi feito durante a pandemia de Covid-19, em 2022, quando o então governo Jair Bolsonaro (PL, 2019-2022) assumiu a folha de pagamento de empresas durante três meses (90 dias).
Neste caso, a União permitiria a empresas gaúchas a suspensão de contratos de trabalho e se responsabilizaria pelo pagamento do salário desses funcionários durante um prazo determinado. Esse período ainda está em discussão: "O problema vai estourar quarta (5) ou quinta-feira (6). Temos que estancar a hemorragia. Se for por 90 dias, podemos rever lá na frente. Mas, agora, se for por um mês, já começa a resolver. Precisamos ter urgência", declarou o presidente da Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), Rodrigo Sousa Costa, que conduziu a reunião no Parlamento gaúcho.
O Layoff Calamidade não poderia ser retroativo e, caso ocorra, seria apenas a partir de junho. O que leva ao segundo pleito das empresas que é o financiamento da folha de pagamento referente ao mês de maio.
O terceiro pleito é o de acelerar trâmites para que pequenos e médios produtores rurais do Estado tenham acesso a financiamento para o pagamento de pessoas físicas referentes a maio. "É um pedido da Federasul da Agricultura do RS (Farsul). Pequenos e me´dios produtores precisam urgentemente do acesso a esses financiamentos, inclusive para subsistencia", aponta Sousa Costa.
O quarto pleito é a prorrogação do pagamento de impostos federais. O quinto é uma solução para o transporte aéreo no RS, visto que o Aeroporto Internacional Salgado Filho só deve voltar às atividades em dezembro.
Os gaúchos deverão pressionar o governo federal em Brasília para essas demandas durante a semana. "Fizemos essas reuniões na tentativa de unificar nossas pautas através das bancadas para salvar empregos e empresas em função do quinto dia útil. Buscamos preparar um ambiente político de convergência de todos os gaúchos", disse o presidente da Federasul.
O próprio governador Eduardo Leite deve viajar a Brasília nesta quarta-feira (5). Ele busca se reunir com o ministro do Trabalho e do Emprego, Luiz Marinho (PT), para tratar desses reflexos econômicos da crise climática.
Coordenador da bancada gaúcha, o deputado Dionilso Marcon é do PT e tem interlocução com o governo federal. Ele defende que os benefícios sejam concedidos apenas a empresas atingidas diretamente. "Precisamos garantir as empresas e os empregos, mas em primeiro lugar para quem foi atingido. Não dá pra, onde passa um boi, passar uma boiada. Precisamos olhar com carinho as empresas e empregos que foram atingidos nessa tragédia", afirmou o parlamentar, afirmando que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem compromisso geral com o RS.
A Federasul tenta que esses benefício seja para todas as empresas gaúchas, visto que mesmo aqueles que não foram atingidos diretamente pelas águas também sofrem o reflexo da crise, seja por estarem praticamente inoperantes durante o mês todo - caso do setor de turismo, por exemplo -, seja por dificuldade logísticas em relação a fornecimentos de insumos causados pela crise.
"Não há perigo de haver vantagens indevidas. Uma empresa que está funcionando vai querer seus funcionários trabalhando", argumentou o presidente da Federasul.
Outros deputados cobraram pressa do governo federal. "Funcionou na pandemia, vai funcionar de novo. É absolutamente necessário. Essa solução já está pronta. É só mandar a Medida Provisória (MP). Assina hoje e amanhã já está valendo. Precisamos de celeridade, as pessoas estão desesperadas", afirmou Marcel van Hattem (Novo).
"Precisamos resolver isso logo. Muitas empresas estão fechadas e não têm recursos para pagar seus colaboradores, muito menos se reconstruir. Acho que essa medida já deveria ter sido feita de ofício pelo governo federal. Não precisa o governador ou os deputados federais pedir. O presidente veio ver a situação do RS", disse Any Ortiz (cidadania).
 

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