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Publicada em 28 de Maio de 2024 às 23:53

Política habitacional para desabrigados pauta debates e projetos na Câmara Municipal de Porto Alegre

Vereadores da bancada do PSOL protocolaram projetos de políticas habitacionais, tema que também pautou reunião da Cuthab

Vereadores da bancada do PSOL protocolaram projetos de políticas habitacionais, tema que também pautou reunião da Cuthab

Fernando Antunes/CMPA/Divulgação/JC
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Ana Carolina Stobbe
Ana Carolina Stobbe
A criação de políticas habitacionais para desabrigados climáticos tem sido pauta na Câmara Municipal de Porto Alegre em diferentes frentes. Na Comissão de Urbanização (Cuthab), uma reunião realizada nesta terça-feira (28) teve a temática como pauta de debate, levando à solicitação de uma audiência pública a ser realizada no Departamento Municipal de Habitação (Demhab) na próxima segunda-feira (03) pela manhã.
A criação de políticas habitacionais para desabrigados climáticos tem sido pauta na Câmara Municipal de Porto Alegre em diferentes frentes. Na Comissão de Urbanização (Cuthab), uma reunião realizada nesta terça-feira (28) teve a temática como pauta de debate, levando à solicitação de uma audiência pública a ser realizada no Departamento Municipal de Habitação (Demhab) na próxima segunda-feira (03) pela manhã.
O presidente da Cuthab, vereador Giovani Culau (PCdoB), também solicitou o mapa dos imóveis a serem adaptados para receber desabrigados e falou que será montada uma comissão específica para tratar das políticas habitacionais, assim como será criado um fórum permanente de discussão sobre o tema
Durante a reunião da Cuthab, grande parte das intervenções apresentavam posição contrária à criação das chamadas cidades provisórias, propostas pela Prefeitura de Porto Alegre como solução para atender a população desabrigada. "Precisamos pensar em uma solução coletiva, ouvindo a cidade. Se nós pensarmos que em qualquer lugar é melhor do que a situação que se está hoje, corremos risco de repetir tragédias como foi a (Pousada) Garoa", pontuou Culau, defendendo que os espaços de acolhimento tenham dignidade e relembrando incêndio em alojamento contratado pelo Executivo para abrigar a população em situação de rua. 
Com cerca de 150 participantes, estiveram presentes representantes do poder executivo municipal e federal, além de entidades públicas. A mesa recebeu a secretária municipal de Habitação e Regularização Fundiária de Porto Alegre, Simone Somensi e a presidente da União das Associações de Moradores de Porto Alegre (Uampa). Representando a Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul esteve Angela Comunal. 
Para além da Cuthab, projetos de lei de parlamentares da bancada do PSOL na Câmara abordam a política habitacional. Um deles, de autoria do líder da oposição ao governo do prefeito Sebastião Melo (MDB), Roberto Robaina (PSOL) propõe o uso da rede hoteleira de Porto Alegre para abrigar as vítimas da enchente. A prioridade seria para famílias com crianças pequenas, idosos ou atípicas.
De acordo com o vereador, a medida já foi utilizada em situações de emergência, incluindo na pandemia. Na proposta, o Poder Executivo se encarregaria de vistoriar e fiscalizar o estabelecimento. Já em relação aos valores, os acordos seriam realizados diretamente com os estabelecimentos, não podendo ultrapassar o preço média por diária aplicado no município nos quatro meses que antecederam a enchente. 
"Muitos abrigos estão em escolas ou locais particulares, que logo precisarão ser desmontados, e essas pessoas precisarão ser realocadas em locais como uma estrutura que ofereça qualidade para que possam retomar suas vidas. Não faz sentido colocá-las em barracas em locais de estrutura precária", defende Robaina. 
O outro projeto é de autoria do vereador Pedro Ruas (PSOL) e propõe o uso de imóveis desocupados para o abrigo dessa população. O parlamentarusa como base para a redação o Censo do IBGE de 2022, que contabiliza cerca de 100 mil imóveis desocupados em Porto Alegre, sendo metade deles no Centro Histórico e no Quarto Distrito.
"É um absurdo que existam tantos imóveis sem utilização e boa parte da nossa população não tenha um teto para se abrigar. Há imóveis vazios, inclusive públicos, o que contraria até a Constituição Federal, pois esta exige função social da propriedade", defende Ruas. 

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