A criação de um Protocolo de Emergências Climáticas com atenção para Mulheres foi anunciado pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, durante visita a Porto Alegre. A proposta foi recebida pela ministra neste domingo (12) após um encontro com entidades do Comitê Gestor de Mulheres e representantes de movimentos sociais. O documento será analisado pelo governo federal no prazo de 48 horas. A ministra, acompanhada de técnicos do governo federal, visitou a sede de um abrigo para mulheres e crianças que funciona na Capital.
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Uma comitiva do Ministério das Mulheres esteve em Porto Alegre após ter recebido relatos de abusos sexuais contra mulheres e crianças em abrigos que recebem a população atingida pelas chuvas que causaram morte e destruição no Rio Grande do Sul. "Discutimos ações para o atendimento de mulheres em casos de calamidade pública e a realidade do que tem acontecido nos abrigos", destaca a ministra das Mulheres.
Segundo Cida Gonçalves, foi feita uma discussão com integrantes da Secretaria de Mulheres e do Conselho Estadual de Mulheres onde foi colocada a realidade dos abrigos no Rio Grande do Sul. "O protocolo deve conter as especificidades de cada mulher porque nestes locais há mulheres indígenas, quilombolas e mães de santo que colocam seus terreiros a disposição para servir de abrigos", comenta.
Para a ministra, a proposta é discutir a situação dos abrigos emergenciais e os cuidados a serem tomados com relação a temas como a violência, o atendimento a saúde, principalmente de grávidas, e a ampliação de recursos para mulheres que estão abrigadas como o Bolsa Família. "Existem mulheres empreendedoras que perderam tudo e não constam nos programas sociais do governo federal. Temos que pensar uma uma alternativa de renda para elas", acrescenta.
Segundo a ministra das Mulheres, uma equipe do ministério vai acompanhar a partir de quarta-feira (15) a formação do Comitê Gestor de Crise das Mulheres para atender as suas demandas. O governo federal, de acordo com Cida Gonçalves, vai incluir no Kit emergência itens como absorventes, roupas íntimas para mulheres e meninas, fraldas para crianças, idosos e pessoas com problemas de saúde.
Sobre os abrigos exclusivos, a ministra disse que existem diversas iniciativas exclusivas para o atendimento de mulheres e crianças no Estado. Ela anunciou o reforço da segurança com a presença de militares da Força Nacional de Segurança. Funcionam em Porto Alegre dois abrigos para mulheres e crianças - um na zona Sul e outro no bairro Santa Cecília, próximo da rua Silva Só. O terceiro abrigo, no Foro Regional do Partenon, está em preparação. O espaço é uma ação que envolve o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), o Tribunal de Justiça, a Assembleia Legislativa e prefeitura de Porto Alegre.
No sábado (11), o Ligue 180 - Central de Atendimento à Mulher - passou a priorizar denúncias de violência contra mulheres no Estado e também disponibiliza informações sobre abrigos exclusivos para mulheres e crianças. A Polícia Civil, do Rio Grande do Sul, prendeu seis suspeitos de estupro em abrigos. A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves esteve em Porto Alegre acompanhada de Maneco Hanssen, secretário de Comunicação Institucional da Presidência da República, e Márcio Garcia, diretor do do Ministério da Saúde