Após a catástrofe ocasionada pelo grande volume de chuvas em setembro do último ano e que destruiu municípios do Vale do Taquari, o Rio Grande do Sul enfrenta mais um sinistro climático. Dessa vez, o governador Eduardo Leite (PSDB) estima que a destruição pode ser ainda maior. A situação fez com que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajasse a Santa Maria, uma das cidades mais afetadas pelas chuvas, nesta quinta-feira (02).
O prefeito Sebastião Melo (MDB) solicita que os porto-alegrenses que vivem nas ilhas, a principal região de risco, aceitem o acolhimento das equipes da Prefeitura e que, aqueles que puderem, evitem sair de casa. "A crise climática que vivemos no RS é mais grave do que a ocorrida no ano passado, com cotas de inundação ainda piores nos nossos rios. Apelo novamente à população que vive nas áreas de risco que aceite o acolhimento das nossas equipes. A hora é de salvar vidas", escreveu Melo em sua conta no X (antigo Twitter).
Em outra publicação, afirmou ter recebido contatos do governador de Goiás Ronaldo Caiado (União Brasil) e do prefeito de Florianópolis Topázio Netto (PSD), que se colocaram à disposição do Executivo municipal. Enquanto isso, Leite utilizou sua conta na rede social para compartilhar alertas e comentar a sua conversa com o presidente Lula, cuja ligação foi filmada e compartilhada por aliados do Presidente.
A vinda do presidente ao Estado foi considerada por Leite como um "gesto que é muito bem-vindo neste momento de dificuldade". Pela manhã desta quinta-feira (02), compartilhou um vídeo em que afirma estar embarcando para Santa Maria para encontrar Lula. "Não é momento apenas de sobrevoos, mas de articulação de todos para salvar vidas. As aeronaves precisam estar focadas nos resgates. Precisamos somar todos os esforços", escreveu o governador na publicação.
Legislativo se posiciona
Diante ao desastre, parlamentares governistas têm expressado solidariedade à população atingida e apostado no compartilhamento de informações oficiais nas redes sociais, como a suspensão das aulas nas redes estadual e municipal e o ponto de coleta de doações no Depósito da Defesa Civil. Além disso, destaca-se a divulgação dos principais números de resgate.
Já a oposição, que também compartilha informações e solidariedade, tem realizado um debate político em torno da catástrofe climática. "Cadê o governo para alertar a população de Porto Alegre e trabalhar já num plano de emergência para abrigar as pessoas da região das ilhas e outras mais afetadas, proteger os animais e tentar salvar os móveis? Já se sabe que essa enchente será maior que a última. Estão esperando o que?", escreveu em sua conta no Instagram o líder da oposição na Câmara Municipal, vereador Roberto Robaina (PSOL).
Embora seja de um partido da atual base governista, a vereadora Mari Pimentel (Republicanos) é crítica à gestão de Melo na Prefeitura. "Me preocupa a demora da Prefeitura para evacuar os moradores das regiões de risco e emitir alertas sobre a cheia do Guaíba que está por vir", reclamou a parlamentar em suas redes sociais. Em seguida, atualizando que o Executivo determinou como ponto de acolhimento para a comunidade o Pepsi On Stage, localizado na avenida Severo Dullius.
Em visita à Ilha da Pintada, a vereadora gravou um vídeo afirmando que, após ter solicitado medidas do Executivo, as providências foram "o carro de som contratado pela Prefeitura que não consegue entrar na ilha, o local designado pela prefeitura também para orientar os moradores já não tem mais acesso, o Dmae não conseguiu entrar aqui para desligar a casa de máquinas".