O vereador Giovani Culau (PCdoB) esteve à frente da Mesa Diretora da Câmara de Porto Alegre temporariamente em sessão realizada nesta segunda-feira (15), um dia considerado por ele simbólico.
Culau assumiu a presidência durante o período reservado à tribuna popular, em que cidadãos e entidades podem ocupar o microfone do Plenário Otávio Rocha para realizarem suas manifestações. Desta vez, em alusão aos 60 anos da ditadura militar no Brasil, quem se manifestou foi a Associação de Ex-presos e Perseguidos Políticos do Rio Grande do Sul. Ao lado de Culau, esteve também sua colega de partido, Abigail Pereira (PCdoB).
“Foi a contribuição de homens e mulheres que enfrentaram a ditadura, como os que recebemos aqui hoje, que permitiu que um momento tão simbólico como esse fosse possível. Defender a democracia é defender o direito da população historicamente oprimida, como LGBTs, a juventude periférica, mulheres e negros e negras, estarem ocupando os espaços de decisão pela primeira vez”, pontuou o Giovani Culau, que fez questão de registrar que, pela primeira vez, um vereador assumidamente gay presidia a Câmara de Porto Alegre em 250 anos de história.
O vereador Pedro Ruas (PSOL) relembrou a época da ditadura militar e condenou os atos infracionais em uma homenagem aos combatentes do golpe. “Tenho dito que a ditadura começou violenta e se intensificou aqui na base áerea de Canoas, o local da morte do coronel Alfeu de Alcântara Monteiro, que se negou a entregar a base aos golpistas e foi assassinado com mais de 40 tiros. Ou seja, o começo do que se conhece das crueldades, da tortura e das mortes aqui no RS. Para que eu pudesse estar hoje nesta tribuna dizendo isso, muitas pessoas perderam seu patrimônio, seu emprego, sua liberdade, sua integridade física e sua vida. A eles, todo o nosso tributo.”