Com mais de 30 anos de atuação na vida política do Brasil, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou em visita a Porto Alegre que pretende apresentar seu nome ao partido para a disputa da eleição presidencial de 2026. O médico ortopedista de 74 anos, com passagens pelo Congresso Nacional, Senado, e pela União Democrática Ruralista (UDR) ressalta que tem experiência para disputar o cargo de presidente da República. Sobre a aliança com o Partido Liberal, do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, Caiado disse que existe a parceria. "Em alguns municípios, temos a parceria. Em outras cidades, temos candidatos do União Brasil e em outros candidatos do PL", destaca.
Caiado participou da primeira eleição após a Constituinte de 1988. Na época, Caiado disputou o pleito eleitoral de 1989 pelo Partido Social Democrático (PSD) contra candidatos como Fernando Collor de Mello, Lula, Leonel Brizola, Mario Covas, Paulo Maluf, Roberto Freire, Afonso Camargo, Guilherme Afif Domingos, Fernando Gabeira, Aureliano Chaves e Ulysses Guimarães.
Jornal do Comércio - Com relação as eleições presidenciais no Brasil, o senhor tem planos de concorrer à presidência da República em 2026?
Ronaldo Caiado - Vocês sabem que eu comecei na política invertendo a lógica. Com 40 anos, em 1989, disputei a eleição presidencial e nunca tinha sido candidato a nada. Eu vou me apresentar ao partido (União Brasil) como um pré-candidato à presidência da República na convenção do partido, assim como outros partidos vão apresentar seus candidatos. Agora, com a experiência que eu tenho de ter percorrido todo o Brasil na candidatura à presidência de 1989 e com o nosso movimento na UDR (União Democrática Ruralista) lutando pelo direito de propriedade é lógico que tenho conhecimento para disputar a eleição presidencial.
JC - O União Brasil tem realizado conversações com o Partido Liberal (PL), do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro. Os dois partidos podem formalizar uma aliança nas eleições municipais?
Caiado - Temos que ter muita sabedoria na política. Uma vez inventamos a tal da verticalização, ou seja, aquilo que havia sido assumido nacionalmente tinha que ir a todos os municípios do País. Isso nunca deu certo. A realidade em cada município é totalmente diferente. Não temos como engessar essa realidade em cada cidade. Essa tese nunca funcionou. São mais de 5.560 municípios e cada um tem a sua realidade. Em alguns municípios, temos a parceria. Em outras cidades, temos candidatos do União Brasil e em outros municípios existem candidatos do PL.
JC - Sendo escolhido candidato pelo União Brasil a presidência da República, o que o senhor acha dos possíveis candidatos como Fernando Haddad, Simone Tebet e Eduardo Leite?
Caiado - Uma das premissas principais na política é você se qualificar. O adversário é o que vier - não sou de escolher. O importante é que possamos levar a discussão com competência para o campo do conhecimento. E que possamos, qual seja o candidato, realizarmos um bom debate político e sem agressão.
JC - Existe um movimento dos estados do Sul e Sudeste de renegociação das dívidas dos estados. Como está a situação de Goiás em relação ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e como o senhor analisa o movimento do Sul e Sudeste agora também do Nordeste ?
Caiado - A maneira como se reajusta as dívidas consolidadas dos estados torna-se impossível, impagável e cada vez mais nós vamos tendo um aumento do volume de dívidas de cada um dos entes federados. Agora, Goiás, por exemplo, quando eu assumi o estado era um colapso total. Até hoje, não precisei contrair nenhum empréstimo. Mas, consegui em tempo recorde, talvez por pela minha vida dentro do Congresso Nacional e do Senado, de seis mandatos, consegui incluir Goiás no RRF no primeiro ano de governo e equilibramos as contas. Hoje, Goiás atinge um quadro de equilíbrio fiscal. No ano passado, encerrei com um caixa de mais R$ 11,2 bilhões o que permitiu avançar em obras na área de infraestrutura, em rodovias, em hospitais, em programas sociais e na área educação.