Ao menos sete ministros do governo Lula usaram seus perfis pessoais na rede social X (antigo Twitter) para repudiar a ditadura militar (1964-1985) e homenagear as pessoas que morreram neste período. Ontem, completam-se 60 anos do golpe militar. O baixo número de manifestações de ministros - o governo tem 38 pastas - se alinha com a postura adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista esperava que tanto militares da ativa como seus auxiliares civis deixassem de falar do golpe militar para não acirrar ainda mais os ânimos entre o governo e as Forças Armadas. As informações são da agência Estado.
Sob pressão de apoiadores, o presidente desautorizou ações do governo que relembrem a data para evitar atritos com as Forças. O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, era um dos principais defensores de que houvesse eventos públicos de rejeição à ditadura militar. A pasta havia programado um ato para 1º de abril, mas, a pedido de Lula, cancelou o evento. Almeida publicou um texto em seu perfil, na rede social X, no qual explicou "por que ditadura nunca mais". Também se manifestaram outros seis ministros.
Entidades da sociedade civil demonstraram frustração pela falta de referência aos 60 anos do golpe, mas promoveram eventos para marcar a data, sob o slogan "Sem memória não há futuro", caso do Pacto pela Democracia - coalizão formada por 200 organizações da sociedade civil.