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Publicada em 21 de Março de 2024 às 16:33

Já pagamos a dívida e estamos devendo cada vez mais, afirma Simon sobre débito com a União

Ex-governador Pedro Simon foi palestrante durante evento da ADCE

Ex-governador Pedro Simon foi palestrante durante evento da ADCE

Diego Nuñez / Especial / JC
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Diego Nuñez
Diego Nuñez Repórter
Quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se comprometeu em rever o acordo que os estados mantêm para o pagamento de suas dívidas com a União, durante sua agenda no Rio Grande do Sul na última sexta-feira (15), o presidente da República citou o ex-governador gaúcho Pedro Simon (MDB, 1987-1990) — com quem já havia tratado do assunto anos antes.Simon não conseguiu sanar a questão da dívida, assim como os 10 governadores que o sucederam no Palácio Piratini. O emedebista, contudo, no auge dos seus 94 anos, acredita que este assunto já deveria ter sido encerrado. “Essa dívida que temos nós já pagamos várias vezes e estamos devendo cada vez mais”, afirmou, em entrevista ao Jornal do Comércio, durante evento pela Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE Porto Alegre).Questionado, confirmou que o débito gaúcho com a União, que em 2023 atingiu R$ 92,8 bilhões, é a principal discussão do Rio Grande do Sul nas últimas décadas. “Diria que sim. Qual é o principal problema hoje? Falta dinheiro. É uma loucura essa dívida com correção. Tínhamos que, em primeiro lugar, acabar com essa correção. Nós já pagamos essa dívida mais de uma vez”, disse.Simon tratou desse tema quando governador. Tratou também quando foi senador, eleito para quatro mandatos de oito anos cada em Brasília (1978, 1990, 1998, 2006). “Fui eu, o senador (Paulo) Paim (PT, 2003-atual) e o senador (Sérgio) Zambiasi (PTB, 2003-2011) fizemos uma reunião com o Lula presidente da República e a Dilma (Roussef, PT), ministra dele. Falamos durante quase quatro horas sobre análise do Rio Grande do Sul. Ele ouviu e criamos uma comissão. Ele indicou a Dilma para ser presidente e coordenadora. Dilma veio aqui com o Olívio (Dutra, PT), que era governador, e não saiu a comissão. Foi uma pena. O Lula estava bem interessado”, relatou Simon.Lula citou Simon e outros ex-governadores gaúchos ao se comprometer em rever a forma de pagamento da dívida do RS e de outros estados com a União. Segundo ele, se tantos mandatários gaúchos ao longo da história levaram a ele essa questão, deve haver um problema a ser solucionado. "Já ouvi o (ex-governador) Pedro Simon (MDB, 1987-1990) falar em dívida, o (ex-governador) Jair Soares (PDS, 1983-1987) que a União contraiu com (o ex-presidente) Getúlio Vargas ainda. O Tarso (Genro, PT, 2011-2014) e o Olívio (Dutra, PT, 1999-2002) falavam (ex-governadores), o senhor falou (dirigindo-se ao governador Eduardo Leite, PSDB). Então alguma coisa tem que estar errada", disse o presidente, durante anúncio de investimentos do Novo PAC no Estado.
Quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se comprometeu em rever o acordo que os estados mantêm para o pagamento de suas dívidas com a União, durante sua agenda no Rio Grande do Sul na última sexta-feira (15), o presidente da República citou o ex-governador gaúcho Pedro Simon (MDB, 1987-1990) — com quem já havia tratado do assunto anos antes.

Simon não conseguiu sanar a questão da dívida, assim como os 10 governadores que o sucederam no Palácio Piratini. O emedebista, contudo, no auge dos seus 94 anos, acredita que este assunto já deveria ter sido encerrado.

“Essa dívida que temos nós já pagamos várias vezes e estamos devendo cada vez mais”, afirmou, em entrevista ao Jornal do Comércio, durante evento pela Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE Porto Alegre).

Questionado, confirmou que o débito gaúcho com a União, que em 2023 atingiu R$ 92,8 bilhões, é a principal discussão do Rio Grande do Sul nas últimas décadas. “Diria que sim. Qual é o principal problema hoje? Falta dinheiro. É uma loucura essa dívida com correção. Tínhamos que, em primeiro lugar, acabar com essa correção. Nós já pagamos essa dívida mais de uma vez”, disse.

Simon tratou desse tema quando governador. Tratou também quando foi senador, eleito para quatro mandatos de oito anos cada em Brasília (1978, 1990, 1998, 2006). “Fui eu, o senador (Paulo) Paim (PT, 2003-atual) e o senador (Sérgio) Zambiasi (PTB, 2003-2011) fizemos uma reunião com o Lula presidente da República e a Dilma (Roussef, PT), ministra dele. Falamos durante quase quatro horas sobre análise do Rio Grande do Sul. Ele ouviu e criamos uma comissão. Ele indicou a Dilma para ser presidente e coordenadora. Dilma veio aqui com o Olívio (Dutra, PT), que era governador, e não saiu a comissão. Foi uma pena. O Lula estava bem interessado”, relatou Simon.

Lula citou Simon e outros ex-governadores gaúchos ao se comprometer em rever a forma de pagamento da dívida do RS e de outros estados com a União. Segundo ele, se tantos mandatários gaúchos ao longo da história levaram a ele essa questão, deve haver um problema a ser solucionado. "Já ouvi o (ex-governador) Pedro Simon (MDB, 1987-1990) falar em dívida, o (ex-governador) Jair Soares (PDS, 1983-1987) que a União contraiu com (o ex-presidente) Getúlio Vargas ainda. O Tarso (Genro, PT, 2011-2014) e o Olívio (Dutra, PT, 1999-2002) falavam (ex-governadores), o senhor falou (dirigindo-se ao governador Eduardo Leite, PSDB). Então alguma coisa tem que estar errada", disse o presidente, durante anúncio de investimentos do Novo PAC no Estado.
O saldo devedor do Rio Grande do Sul saltou R$ 10,3 bilhões em 2023 — a maior alta nominal em 25 anos. O aumento acima da capacidade de pagamento do Estado motivou o governo Leite a buscar o governo federal para rever o indexador da dívida e o ajuste da atualização monetária (CAM). Uma reunião está prevista para ocorrer na próxima terça-feira (26) entre Lula, a secretaria da Fazenda e os estados devedores, onde o governo federal deve apresentar uma nova alternativa aos governadores.

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