Com conversações que englobam partidos diversos, que vão do campo da esquerda até a centro-direita, o PDT pretende bater o martelo para a definição de sua posição nas eleições municipais em Porto Alegre até o fim de março, projeta o presidente municipal José Vecchio Filho.
Com conversações que englobam partidos diversos, que vão do campo da esquerda até a centro-direita, o PDT pretende bater o martelo para a definição de sua posição nas eleições municipais em Porto Alegre até o fim de março, projeta o presidente municipal José Vecchio Filho.
Na quarta-feira (21), Vecchio recebeu os membros do Movimento Pró-Frente Ampla, que reúne nomes como o ex-prefeito José Fortunati, o ex-vereador Marcelo Sgarbossa, além de integrantes filiados a partidos como PT, PV, PSOL e outros da esquerda. Segundo Sgarbossa, “a conversa foi muito franca da parte do PDT: estão abertos ao diálogo, mas não aceitam chapa pronta. Mas aceitaram nosso pedido de fazer novas conversas com o PT em especial”, contou. O movimento também está buscando a direção de outros partidos do campo e angariar o apoio de eleitores por meio de reuniões e assinaturas: já conseguiu cerca de mil.
Segundo Vecchio, o encontro já marcou uma “segunda rodada de conversações”. Ele admite que tentará o contato com a presidente municipal do PT, a deputada estadual Laura Sito, mas também confessou que o fato de a direção do PT e outras legendas já terem lançado pré-candidatos “inibe um pouco a discussão de um projeto”.
Embora tenha como possibilidade oficializar a ex-deputada estadual Juliana Brizola ou o ex-candidato ao Piratini Vieira da Cunha para a disputa municipal, o PDT ainda não anunciou nenhuma pré-candidatura. “O lançamento de um nome dá a entender que se busca a adesão de outros partidos”, pondera. “Nós não queremos impor nada”.
O PT, por sua vez, já lançou a deputada federal Maria do Rosário para concorrer ao Paço Municipal em outubro, e o PSOL definiu Luciana Genro como sua pré-candidata.
Em outros municípios, como Caxias do Sul, o PDT parece estar inclinado a uma aliança que priorize a centro-esquerda, incluindo conversações para ter a deputada federal petista Denise Pessoa na cabeça de chapa. Já no nível estadual, o
PDT compõe a base do governo de Eduardo Leite e não descarta a possibilidade de se unir aos tucanos e ao Cidadania - que também já lançou
Any Ortiz à prefeitura - em alguma composição na Capital. Vecchio também já recebeu o União Brasil, quando conversou com o ex-pedetista Dr. Thiago Duarte.
“Todos os partidos são assim hoje em dia. A afinidade não é mais tão ideológica, e sim eleitoral. Os partidos se unem para estar no poder. O PDT apoiou Eduardo Leite mediante o compromisso de ampliar o ensino integral nas escolas e manter o controle público do Banrisul, que são nossas bandeiras”, pontua Vecchio, que crê que quem decidirá a disputa em Porto Alegre é o eleitorado de Centro. “Tanto o Melo quanto o PT têm um teto (de votos), mas precisamos ter um projeto que atraia o eleitor e que seja capaz de sanar os furos do atual governo”.
O dirigente, no entanto, admite que “o tempo é inimigo” e será necessário alinhavar logo uma decisão final sobre a eleição em Porto Alegre. “Essa definição precisa acontecer, no máximo, até o final de março. Muita gente já vai estar com o bloco na rua”.