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Publicada em 15 de Fevereiro de 2024 às 17:09

Após fuga, governo fala em crise no sistema prisional

Presídio federal de Mossoró (RN), onde ocorreu a fuga, já tem novo interventor

Presídio federal de Mossoró (RN), onde ocorreu a fuga, já tem novo interventor

SNPP/Governo Federal/Divulgação/JC
Presídio federal de Mossoró (RN), onde ocorreu a fuga, já tem novo interventor

Presídio federal de Mossoró (RN), onde ocorreu a fuga, já tem novo interventor

SNPP/Governo Federal/Divulgação/JC
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Folhapress
O Ministério da Justiça disse que há uma "crise no sistema prisional" após a fuga de dois detentos do presídio federal de Mossoró (RN). Esta foi a primeira fuga registrada em presídios federais do País na história.
O Ministério da Justiça disse que há uma "crise no sistema prisional" após a fuga de dois detentos do presídio federal de Mossoró (RN). Esta foi a primeira fuga registrada em presídios federais do País na história.
Secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia afirmou que vai reforçar protocolos em presídios federais. Ele classificou o episódio da fuga como "irrepetível". "Nesses momentos que a gente atua numa situação dessa, a gente pode classificar como uma crise no sistema prisional, porque o fato é inusitado. É preciso ter muita prudência, muita capacidade de avaliar informação e agir de forma correta e com energia. É para isso que a gente está aqui", disse.

Fuga foi a primeira em presídio federal

Dois detentos fugiram do presídio federal de Mossoró (RN). Eles foram identificados como Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça. Esse foi o primeiro registro de fuga de internos no País em penitenciárias de segurança máxima. Ao todo, o Brasil tem cinco prisões desse tipo.
Os presos conseguiram sair usando uniforme da unidade prisional. No momento da fuga, a dupla pulou um alambrado para deixar o presídio. Uma filmagem mostra os detentos passando por uma área em obra com gradil por volta das 3h30 da madrugada de quarta-feira (14). A movimentação ocorreu perto dos espaços de banho de sol e das celas dos presos. Os agentes só notaram a ausência dos detentos cerca de duas horas após a fuga.
Visitas e banhos de sol foram suspensos em presídios federais. Portaria foi assinada na quarta pelo diretor substituto do Sistema Penitenciário Federal, José Renato Gomes Vaz. A suspensão também vale para reuniões com advogados, atividades educacionais, laborais e religiosas, com exceção de serviços de saúde emergenciais.
O ministro da Justiça e Segurança Púbica, Ricardo Lewandowski, afastou a direção do presídio e anunciou interventor. O interventor escolhido pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) foi Carlos Luis Vieira Pires. O nome dele já foi publicado no Diário Oficial da União. Ele vai exercer interinamente o cargo de Diretor da Penitenciária Federal em Mossoró (RN).
O governo do Rio Grande do Norte cercou fronteiras do estado para capturar fugitivos. O secretário da Segurança Pública e da Defesa Social, Francisco Canindé de Araújo Silva, afirmou que está em contato com a Paraíba e o Ceará para localizar os presos. Segundo ele, os três estados aumentaram o policiamento terrestre e aéreo da região. A Polícia Federal ajuda nas buscas com o envio de drones e um helicóptero.

Governo quer fugitivos na lista da Interpol

O alerta foi dado para tentativa de fuga do País. O Ministério da Justiça instruiu à Polícia Federal para que os nomes de Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça fossem incluídos na lista da organização internacional de polícia criminal. O governo também solicitou a inclusão deles no sistema de proteção de fronteiras, para impedir uma eventual saída do País.
Os presos estiveram envolvidos em rebelião em presídio em 2023 e pertencem ao Comando Vermelho. Deibson e Rogério, que integram a principal facção criminosa do Rio de Janeiro, foram transferidos para a unidade federal após terem participado de uma rebelião no presídio Antônio Amaro Alves, no Acre, em julho do ano passado.
"Matadores do CV": Fontes ouvidas pela reportagem indicam que os fugitivos não integram o alto escalão da facção e que são conhecidos por serem encarregados por assassinatos de pessoas no "tribunal do crime" do Comando Vermelho do Acre.

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