Na primeira sessão do ano na Câmara Municipal de Porto Alegre após a posse da nova Mesa Diretora, o vereador Jonas Reis (PT) fez uso da tribuna para relembrar a atuação das duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) instauradas no último ano para investigar supostas fraudes na compra de materiais escolares pela Secretaria Municipal de Educação (Smed). Para isso, Reis elaborou uma apresentação de slides com a qual buscou relacionar o prefeito Sebastião Melo (MDB) com as possíveis fraudes, cujo inquérito da Polícia Federal resultou na prisão preventiva da ex-secretária da Smed Sônia da Rosa, um empresário e duas funcionárias do órgão.
Após ler uma notícia em que Melo havia afirmado que Sônia auxiliava a “construir um ensino moderno, menos burocrático” à época em que a ex-secretária assumiu o posto, o vereador afirmou ser citado no despacho que determinou a prisão do empresário e das servidoras municipais. Com isso, afirmou que uma queixa-crime protocolada por Melo na última semana contra ele é um “factoide” criado pelo descontentamento do prefeito em relação às suas denúncias.
A queixa-crime protocolada na última quinta-feira (1º) afirma que Jonas cometeu três crimes de calúnia e oito de injúria em postagens no Instagram durante o mês de janeiro. No documento, Melo afirma que o vereador de oposição ao seu governo se valeu de seu perfil na rede social para “aviltar não o trabalho, mas a pessoa” do prefeito e que as publicações "revestem-se puramente de ataques alheios ao debate democrático".
Em resposta, o líder do governo na Câmara, Idenir Cecchim (MDB), afirmou que “não adianta guaipeca provocar cachorro grande, que ele não vai brigar. Guaipeca não entra em briga de cachorro grande porque este não quer e não vai aceitar provocação assim não”. Ele ainda completou dizendo que está em um dia de “paz e amor”, mas que gostaria de deixar esse registro, acreditando não ser necessário “gastar mais tempo, encerrando o assunto por aqui”.