O governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) planeja conceder revisão de salário para os servidores públicos estaduais em 2024. O reajuste ainda está em estudos e não há definição se será uma revisão geral, visto que algumas áreas têm salários mais defasados. Com aumento de arrecadação previsto para o ano que vem, após revisão de benefícios fiscais, o chefe do Executivo gaúcho acredita haver espaço para revisões.
O governador sinalizou reajuste a servidores em entrevista coletiva concedida após uma reunião com entidades empresariais e representantes de setores econômicos do Estado, quando antecipou que publicaria os decretos que reduzem benefícios fiscais a 64 setores da economia gaúcha.
"Pretendemos abrir espaço para que o Estado possa promover revisão para seus servidores, porque ficaram muito tempo sem ter reajuste, muito tempo com salários atrasados. (...) O governo quer abrir espaço justamente para fazer uma justa correção. Não há espaço para delírios de fortes reajustes que comprometam a saúde fiscal do Estado, mas não é justo também que servidores vejam seu salário congelar", afirmou Leite na ocasião.
O tucano argumenta que o funcionalismo já teve ônus com atraso de salários e reformas realizadas pelo seu governo nos últimos anos. Portanto, contribuíram na busca do equilíbrio de contas. "Nós fizemos reformas que não foram simpáticas, chamamos aposentados a contribuir com a previdência, chamamos o servidor a fazer uma contribuição maior para o IPE-Saúde, revisamos benefícios e vantagens nas carreiras. Tivemos que fazer medidas duras. Não é justo que recaia aos servidores um sacrifício adicional de congelamento dos seus salários ao longo dos próximos anos. Eles já deram sua contribuição", declarou o governador.
"Estou lutando inclusive para isso, para termos arrecadação e receita adequada para manter as remunerações e poder de compra dos nossos servidores", continuou. A expectativa do Executivo é de que a redução de benefícios fiscais gere um incremento de receitas que pode variar entre R$ 2,1 bilhões e R$ 3,6 bilhões.
Ainda não há definição se será uma revisão geral, no mesmo patamar, para todos os servidores. Leite entende que há áreas com remuneração mais atrasada. "Não temos definido, terão vários estudos. Existem categorias que estão muito desalinhadas à realidade do mercado, talvez precisem de uma revisão específica. Para os servidores como um todo, entendemos que é justo buscarmos condições para uma revisão geral. Tendo capacidade fiscal, vamos trabalhar as condições de promovermos essas revisões", disse.