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Publicada em 14 de Novembro de 2023 às 16:18

CPIs da Smed ouvem Verônica Almuas e Lia Wilges

Primeira testemunha do dia, Verônica passou por algumas interrupções do advogado

Primeira testemunha do dia, Verônica passou por algumas interrupções do advogado

Fernando Antunes / CMPA / JC
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As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que estão verificando supostas irregularidades na Secretaria Municipal de Educação (Smed) realizaram as oitivas das testemunhas Verônica Almuas e Lia Wilges. No início dos trabalhos, os vereadores entraram em discussão com relação aos dias de oitivas das CPIs.
As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que estão verificando supostas irregularidades na Secretaria Municipal de Educação (Smed) realizaram as oitivas das testemunhas Verônica Almuas e Lia Wilges. No início dos trabalhos, os vereadores entraram em discussão com relação aos dias de oitivas das CPIs.
A presidente de uma das Comissões, vereadora Mari Pimentel (Novo), reforçou que haverá na reunião da próxima segunda-feira (20) a última oitiva, que terá duas testemunhas. Já o presidente da outra CPI, vereador Idenir Cecchim (MDB), afirmou que a última oitiva era na presente reunião.

Verônica Almuas

O relator da CPI, vereador Mauro Pinheiro (PL), fez a introdução da oitiva de Verônica Almuas como tem feito de praxe, pedindo que a testemunha se apresentasse. Empresária e terapeuta de reiki, foi quem vendeu kits de robótica pela empresa Conceito para a Prefeitura de Porto Alegre por processo de inexigibilidade, no valor de R$ 2 milhões. Verônica garantiu que não teve contato com a secretária de Educação, que quem faz isso na sua empresa havia sido a funcionária Marjorie Nunes, gerente comercial e pedagógica da Conceito.
A vereadora Mari indagou quais são os componentes do kit de robótica, sendo respondida por Verônica que são robôs e tapetes pedagógicos. Verônica apontou que a sede da empresa seria Gravataí, mas Mari confrontou que era em Estrela. A parlamentar também questionou como a empresária adquiriu a sua empresa Conceito, mas sofreu interferência do advogado da testemunha interveio dizendo que tal questão não era objeto da CPI. Mari seguiu no mesmo tópico e citou Airton Piez, antigo proprietário da Conceito, que assinou documentos da empresa mesmo após o desligamento. Verônica indica que comprou a empresa de uma pessoa chamada Tauane, não de Airton, e que só era responsável pela mesma a partir de 2019.

O vereador Tiago Albrecht (Novo) questionou as razões da empresa Conceito se localizar no mesmo endereço da cervejaria do senhor Airton e se ele teria continuado sócio da empresa mesmo após a venda e qual função prática de Verônica na empresa. “Sou diretora executiva. O Airton aparece como comercial, na época”, disse. Sobre o endereço da empresa, ela declarou que “a gente passou pra esse endereço pelo espaço físico que a gente precisava naquele momento, comercialmente”.

O vereador Roberto Robaina (PSOL) perguntou qual era o conceito de inexigibilidade (quando não é viável ou necessário um processo licitatório, e mecanismo pelo qual a Prefeitura de Porto Alegre contratou a empresa da testemunha), tendo em vista que a empresa realizou uma venda de R$ 2 milhões para a Prefeitura de Porto Alegre. O advogado novamente tomou a palavra: “isto aqui não é uma prova oral sobre licitações públicas”. Verônica disse que teve a oportunidade de adquirir a empresa, embora não tivesse o conhecimento técnico da área de robótica ou de educação.

O vereador Jonas Reis (PT) perguntou se houve reuniões entre Airton e Alexandre Borck antes das compras de R$ 2 milhões ou com a funcionária Marjorie. Verônica disse que não sabia se houve qualquer reunião, além de declarar não conhecer Alexandre Borck.

O vereador Aldacir Oliboni (PT) questionou por que seu produto era tão superior que não havia concorrência, dado que foi adquirido pelo município por inexigibilidade. A testeminha desviou do foco da questão, alegando que era apenas da parte administrativa.

A vereadora Cláudia Araújo (PSD) quis saber se a empresa Conceito vendeu os kits de robótica por inexigibilidade para outras prefeituras do Brasil e Verônica falou: “nós vendemos os kits de robótica apenas desta maneira”. A parlamentar também perguntou se tais processos de compra haviam gerado qualquer problema ou se tinham virado objeto de alguma outra CPI, no que a testemunha garantiu que não.

A vereadora Mari trouxe uma venda dos kits de robótica da empresa Conceito por pregão para a Prefeitura de Maringá, e inqueriu se Verônica não se lembrava ou se havia faltado com a verdade em seu depoimento para a CPI. Verônica e seu advogado disseram que ela ainda não era a proprietária da empresa nessa época, mas Mari contestou que sim, pois tal pregão foi realizado em 2019, quando Verônica já havia comprado a Conceito.

Lia Wilges

Fernando Antunes / CMPA / JC
Lia tem carreira longa na educação, mas atualmente está lotada no gabinete do prefeito Sebastião Melo. Foto: Fernando Antunes / CMPA / JC
Mauro Pinheiro pediu que Lia se apresentasse. A testemunha indicou um currículo extenso na área da educação e que está lotada no gabinete do prefeito de Porto Alegre, mas já esteve no gabinete da Smed  na gestão da ex-secretária Janaina Audino, com foco na área de sustentabilidade e meio ambiente. Gerenciava sobre os fluxos dos processos, sendo subordinada ao secretário-adjunto, Mário de Lima. Lia participou das contratações das empresas Ambiética e Mindlab.

A vereadora Mari questionou a relação de Lia com Jackson Müller, professor da Unisinos, responsável pela Ambiética. Lia alegou que não tinha qualquer relação com ele. A parlamentar trouxe a informação de que o mesmo era secretário em outro município, além de ser filiado ao mesmo partido do prefeito de Porto Alegre, o MDB. A testemunha disse que não imaginou que isso implicaria em qualquer impedimento de contratá-lo e que ele foi contratado por seu “notório saber”.

O vereador Tiago Albrecht questionou por que ela ocupava a função gratificada de diretora de uma escola que não funcionava (fantasma) sendo que também trabalhava no gabinete do prefeito. Ela disse que teve conhecimento do primeiro fato através dos jornais e que a resposta da secretária foi que não haveria problema pra ela.

A vereadora Mari quis saber qual a relação de Lia com o prefeito de Porto Alegre, que indicou não ter qualquer relação com Melo. A testemunha contou que foi indicada para ser a representante da Smed no Conselho de Meio Ambiente e se tornou a interlocutora da Secretaria com o gabinete do prefeito. A partir disso, o secretário André Flores a convidou para ocupar um cargo no Plano de Logística Sustentável (PLS) no gabinete do prefeito.

Na condução dos trabalhos, o presidente da CPI e líder do governo na Câmara, vereador Cecchim, encerrou a reunião por falta de quórum.

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