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Partidos de Porto Alegre começam a desenhar o cenário para as eleições de 2024
Primeiros movimentos indicam composição de centro-direita em torno do prefeito
Diego Nuñez e João Antonio da Silva
Dentro de um ano, no dia 6 de outubro de 2024, ocorrem as eleições municipais em todo o território nacional. Mesmo com a janela de transferências partidárias abrindo somente em janeiro do ano que vem, os partidos de Porto Alegre começam a desenhar o cenário para o próximo pleito eleitoral. Caso as siglas sigam as tendências projetadas, Sebastião Melo (MDB), prefeito de Porto Alegre na gestão de 2021 até 2024, terá um apoio consistente dos partidos de centro à direita e já forma uma aliança consistente para uma nova gestão.
O projeto de reeleição de Sebastião Melo (MDB) já conta com o apoio formal ou informal de sete partidos, além do próprio MDB. As siglas que compõem a base do governo já sinalizaram o posicionamento favorável e entre eles estão PP, PTB, Podemos, PL, PSD, SD e Republicanos, que ainda não fechou posicionamento, mas é base do governo e indicou que a tendência deve ser seguir os demais partidos governistas em apoio ao prefeito.
- LEIA TAMBÉM: PSDB e Cidadania estudam três alternativas para a disputa da prefeitura de Porto Alegre
A federação PSDB/Cidadania, apesar de não ter um diálogo muito ativo sobre esse tópico no último ano, já conta com três nomes sendo especulados. Pelo lado tucano da chapa, a Delegada Nadine Anflor, deputada estadual, é o nome principal, seguida pelo secretário-chefe da Casa Civil do RS, Artur Lemos Júnior. Já pelo Cidadania, a deputada federal Any Ortiz tem encabeçado a vaga do partido para uma possível composição de uma chapa pura da federação, uma tendência interna.
O partido Novo ainda não tem posição contundente para possíveis candidatos. O deputado estadual Felipe Camozzato e a vereadora Mari Pimentel surgem como possibilidades para o partido de base independente na Capital. Apesar do destaque que a vereadora Mari tem ganhado com as CPIs da Smed, sendo presidente de uma delas, a candidatura para prefeitura não é vista de forma tão positiva por alguns membros do partido, já que Mari abdicaria de uma reeleição para a Câmara caso se lançasse como candidata. Essa situação não é um problema para o deputado Camozzato, que teria sua vaga na assembleia do RS garantida mesmo com a candidatura em Porto Alegre.
Única pré-candidatura confirmada até o momento, o deputado estadual Dr. Thiago Duarte tende a representar o União Brasil na disputa das próximas eleições de Porto Alegre. Vereador da capital por dez anos, teve a candidatura oficializada no final de junho. Duarte já pleiteara candidatura em 2020, mas não se confirmou. Desta vez o próprio afirma certeza de que será candidato.
Em busca de unidade, esquerda retoma ideia de realizar escolha através de prévias
A esquerda porto-alegrense busca, nas eleições de 2024 na Capital, repetir a unidade que foi bem-sucedida nas eleições gerais do ano passado, que reconduziram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência. Longe de um consenso, surge novamente a possibilidade de eleições primárias, desta vez com mais força.
No último pleito municipal, em 2020, por meses foi ventilada a possibilidade de prévias. Na época, os partidos não cederam, não encontraram consenso. Houve candidaturas do PCdoB/PT, PSOL e, mais ao centro, PDT.
Para 2024, a ideia ainda é muito incipiente. Direções estaduais de PT e PSOL se reuniram para ter uma primeira conversa sobre possibilidades. A sugestão de prévias mais uma vez partiu do PSOL, que agora percebe o PT mais aberto à ideia.
"Tivemos uma reunião em que o PT demonstrou sensibilidade às prévias. Cogitamos um modelo em que podem votar não filiados, desde que se inscreveram antes", afirmou a presidente estadual do PSOL, deputada estadual Luciana Genro.
O PT considerou interessante a proposta, mas ainda fará debate interno sobre a melhor forma dessa consulta. Além disso, a direção estadual ainda não debateu com o diretório de Porto Alegre.
"O PSOL apresentou essa alternativa de fazer um processo de consulta entre filiados e simpatizantes. Em princípio, achamos interessante. Mas precisamos aprofundar o debate sobre a melhor formulação para essa consulta", afirmou a presidente estadual do PT, Juçara Dutra.
Na proposta, cada federação - uma composta por PT, PCdoB e PV, e outra por PSOL e Rede - apresentaria um nome para concorrer às primárias.
O PT, hoje, tem à disposição possíveis candidaturas da deputada federal Maria do Rosário e da deputada estadual Sofia Cavedon.
No PSOL, há mais candidaturas. O partido esperava construir um consenso com as demais siglas em torno do nome do vereador e ex-deputado estadual Pedro Ruas. Com a possibilidade de prévias, os nomes mais contados são o da deputada federal Fernanda Melchionna, candidata à prefeitura em 2020, e o da própria Luciana Genro.
Ainda corre por fora o deputado estadual Matheus Gomes, lançado como um possível candidato pelo Movimento Negro Unificado (MNU).
No campo da centro-esquerda, o PDT apresenta os nomes da ex-deputada estadual Juliana Brizola, que também disputou a prefeitura em 2020, e o do procurador de Justiça e ex-deputado federal Vieira da Cunha, que concorreu ao governo do Estado em 2022. Para uma possível construção de unidade na esquerda, é visto como um empecilho a participação do PDT no governo Eduardo Leite (PSDB).
O PSB tem à disposição os nomes do ex-deputado federal Beto Albuquerque, vice-presidente nacional do partido, e do vereador Airto Ferronato.
Uma possibilidade não descartada é PSB e PDT articularem uma aliança.