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Carris acumulou déficit de R$ 345 milhões em 10 anos
maior déficit da Carris, que já foi eleita duas vezes a melhor empresa de transporte do Brasil, ocorreu em 2016, quando fechou as contas com R$ 74,2 milhões no vermelho
De 2011 a 2020, a Companhia Carris Porto Alegrense (Carris) acumulou um déficit de R$ 345 milhões. Hoje com 151 anos, a empresa passou a dar prejuízo a partir de 2011. O maior déficit da Carris, que já foi eleita duas vezes a melhor empresa de transporte do Brasil, ocorreu em 2016, quando fechou as contas com R$ 74,2 milhões no vermelho. Os déficits formam o principal argumento do prefeito Sebastião Melo (MDB) para privatizar a Carris, alegando que a gestão municipal não pode continuar aportando recursos na Carris para cobrir o déficit da empresa.
Com isso, a companhia - que foi fundada por D. Pedro II, em 19 de junho de 1872 - entrou em processo de licitação, que culminou nesta segunda-feira (2) com o arremate pela Empresa de Transporte Coletivo Viamão Ltda. O lance mínimo do leilão era de R$ 109.861.560,00, e a companhia foi adquirida por R$ 109.961.560,00.
Antes de começar a fechar no vermelho, a Carris não só deu lucro, como também foi eleita a melhor empresa de transporte do Brasil. Em 1999 e 2001, a Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP) escolheu a companhia porto-alegrense como a melhor do setor. Além disso, desde 2000, por 19 anos consecutivos, a pesquisa Top of Mind da Revista Amanhã apontou a Carris como a empresa de ônibus mais lembrada pelos porto-alegrenses.
As contas ficaram equilibradas até 2010, ano em que o ex-prefeito José Fogaça (MDB, 2005-2010) renunciou ao cargo para concorrer a governador, deixando a prefeitura sob o comando do seu vice, José Fortunati (na época PDT). Naquele ano, a Carris terminou com R$ 356 mil em caixa. No ano anterior, em 2009, com R$ 1,09 milhão.
Em 2011, no segundo ano da gestão do ex-prefeito José Fortunati (2010-2016), a Carris começou a dar prejuízo. Neste ano, a companhia fechou as contas com um déficit de R$ 5,92 milhões. Os déficits foram aumentando até 2016, último ano da gestão Fortunati, quando o atual prefeito Sebastião Melo era vice do ex-prefeito. Neste ano, o prejuízo totalizou R$ 74,2 milhões.
Embora também tenha cogitado a privatização da companhia, a gestão Nelson Marchezan Júnior (PSDB) diminuiu o déficit. Em 2019, a administração tucana conseguiu o melhor resultado nas contas da Carris, fechando o ano com R$ 16,5 milhões no vermelho. Foi o segundo menor déficit da década.
Em 2020, no entanto, ainda na gestão Marchezan, a companhia teve R$ 40,2 milhões de prejuízo.