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Investigação

- Publicada em 23 de Outubro de 2023 às 20:00

Juízes pedem punição em caso de grampo da Abin

Investigação faz parte da Operação Última Milha da Polícia federal

Investigação faz parte da Operação Última Milha da Polícia federal


Polícia Federal/Divulgação/JC
Associações de magistrados vieram a público pedir a responsabilização dos envolvidos na espionagem de autoridades por meio dos sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Dois servidores foram presos e cinco afastados enquanto a Polícia Federal investiga o caso. Os celulares de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), advogados e jornalistas teriam sido rastreados ilegalmente.
Associações de magistrados vieram a público pedir a responsabilização dos envolvidos na espionagem de autoridades por meio dos sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Dois servidores foram presos e cinco afastados enquanto a Polícia Federal investiga o caso. Os celulares de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), advogados e jornalistas teriam sido rastreados ilegalmente.
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) defendeu que, se as suspeitas forem confirmadas, os responsáveis podem ser enquadrados por violação ao Estado Democrático de Direito e à independência judicial. "A AMB espera que as autoridades competentes apurem o ocorrido e que os responsáveis sejam efetivamente punidos, em conformidade com a legislação em vigor", diz a nota da AMB.
A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) também divulgou nota informando que vai acompanhar as investigações e que espera punição "exemplar" aos envolvidos.
"Se confirmadas as informações, trata-se de grave atentado à independência entre os Poderes da República e uma violação às prerrogativas da magistratura. Agrava ao fato, ainda, o monitoramento ter sido promovido por um órgão de governo", afirma a entidade.
A investigação sobre a instrumentalização da Abin veio a público na última sexta-feira (20), quando a Polícia Federal (PF) fez buscas na Operação Última Milha. A suspeita é que o software de geolocalização "FirstMile" tenha sido usado sem autorização judicial em 33 mil monitoramentos ilegais durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A Abin informou que colabora com as autoridades desde o início das apurações. "A agência reitera que a ferramenta deixou de ser utilizada em maio de 2021. A atual gestão e os servidores da Abin reafirmam o compromisso com a legalidade e o Estado Democrático de Direito", afirma.