Vereadora de Porto Alegre distribui na Câmara adesivos com mensagem "aborto é assassinato"

A ação foi um protesto ao voto favorável a descriminalização do aborto da ministra Rosa Weber, atual presidente do Supremo Trubunal federal (STF). O julgamento foi suspenso por pedido de destaque do ministro Luís Roberto Barroso, e, com isso, prosseguirá em sessão presencial do Plenário, em data a ser definida.

Por João Antonio da Silva

Comandante Nádia fez ação em protesto ao voto de ministra do STF
Durante homenagens que ocorreram na sessão ordinária da Câmara Municipal de Porto Alegre nesta segunda-feira (25), a vereadora Comandante Nádia (PP) distribuiu adesivos com a mensagem "aborto é assassinato" para todos parlamentares e assessores que tivessem interesse.

A ação foi um protesto ao voto favorável à descriminalização do aborto da ministra Rosa Weber, atual presidente do Supremo Tribunal federal (STF). O julgamento foi suspenso por pedido de destaque do ministro Luís Roberto Barroso, e, com isso, prosseguirá em sessão presencial do Plenário, em data a ser definida.
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Contribuindo na mobilização contra a pauta debatida no STF, a vereadora Fernanda Barth (PL) incluiu na pauta do Legislativo uma moção de solidariedade "ao Congresso Nacional, em face da iminente legalização do aborto por meio da ADPF 422, pelo STF, a fim de garantir as prerrogativas constitucionais e republicanas das competências do poder legislativo".
A vereadora Fernanda Barth pediu a priorização da matéria na pauta nas votações do dia, mas ocorreu um movimento da oposição para retirada de quórum, causando o encerramento precoce da sessão e evitando que a moção fosse votada na sessão desta segunda-feira. 
Rosa Weber votou pela descriminalização da interrupção voluntária da gravidez (aborto) nas primeiras 12 semanas de gestação. Ela é a relatora da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, que começou a ser julgada na madrugada da última sexta-feira (22), em sessão virtual.
A discussão sobre a descriminalização do aborto foi provocada no STF pelo PSOL, autor da ação, e chegou a ser objeto de audiência pública em 2018 convocada pela própria Weber. O objetivo era debater o tema com especialistas e representantes de entidades governamentais e da sociedade civil.
Em voto de 129 páginas, a ministra considera que os artigos 124 e 126 do Código Penal não estão de acordo com a atual Constituição Federal. Na sua avaliação, é desproporcional atribuir pena de detenção de um a quatro anos para a gestante, caso provoque o aborto por conta própria ou autorize alguém a fazê-lo, e também para a pessoa que ajudar ou realizar o procedimento.