Servidores da Carris devem entrar em greve contra a privatização

Tendência é que assembleia na próxima terça decida pela paralisação das frotas de ônibus em Porto Alegre

Por Diego Nuñez

fotos dos novos painéis para ações de publicidade instalados próximos a paradas de ônibus de Porto Alegre - parada de ônibus - porto alegre - ônibus - transporte público - pedestres - cidade -
Trabalhadores do transporte público de Porto Alegre devem aprovar paralisação na próxima semana, em protesto contra a privatização da Carris. Essa é a tendência da assembleia que será realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte (STETPOA) na próxima terça-feira.
A proposta da greve é pressionar o governo Sebastião Melo (MDB) às vésperas da abertura dos envelopes que contém as propostas de compra e venda da Carris, em processo de edital que corre desde julho no âmbito da prefeitura da Capital.
A sessão pública para recebimento e abertura das propostas dos interessados ocorrerá em 2 de outubro. A expectativa do Executivo municipal é de que os contratos de venda das ações e de concessão dos serviços sejam assinados até o primeiro trimestre de 2024.
A concorrência pública terá proposta mínima de R$ 109 milhões e incluirá a venda de ações e bens, como ônibus e terrenos. A concessão será por 20 anos, permitindo a operação de 20 linhas da Carris - o que representa 22% do sistema de transporte coletivo da Capital.
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região mediou a negociação com os funcionários, onde foi oferecidos 12 meses de estabilidade - proposta rejeitada pelos servidores da Carris.
O STETPOA agora ingressou com outra ação, dessa vez no Tribunal de Contas do Estado (TCE), cuja análise de aceite da ação por parte do tribunal ainda não foi finalizado. Anteriormente, o TCE já havia chancelado a abertura do edital.
O sindicato também enviou um ofício para a prefeitura solicitando uma reunião com Melo, confiando em uma resolução positiva através do diálogo com o prefeito.
Atualmente, os trabalhadores já se encontram em "estado de greve", mas ainda não paralisam as atividades. Eles realizaram um ato em frente ao Paço Municipal no fim da tarde desta quarta-feira (21) com o apoio de outros movimentos sociais que defendem a Carris pública.
"Outro elemento de mobilização usado pelo sindicato é a recente demissão de 20 trabalhadores da empresa, onde, na avaliação imediata feita pela diretoria da entidade, se trata de um ato de covardia da empresa contra os trabalhadores, que não receberão indenização de acordo com as previsões conforme o enquadramento das já anunciadas demissões", afirma nota assinada pelo STETPOA.