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Nomeação de relator na CPI da Smed gera impasse no Legislativo
Por não concordarem com indicação da relatoria, vereadores da base de Melo retiraram presença em reunião de votação do plano de trabalho da CPI
A instalação de duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) sobre o mesmo assunto na Câmara de Porto Alegre vem resultando em debates entre os vereadores e ocupando a maior parte do tempo de discussão das sessões em plenário. Ambas CPIs investigam supostas irregularidades na Secretaria Municipal da Educação (Smed) da Capital. Uma delas é liderada por Mari Pimentel (Novo), que integra a bancada independente da casa, enquanto a outra é presidida pelo líder do governo Sebast Ex-secretário estadual da Fazendaião Melo (MDB), vereador Idenir Cecchim (MDB).
Ontem, ocorreu a primeira reunião do colegiado presidido por Mari Pimentel. Inicialmente, o encontro seria destinado à leitura e votação do plano de trabalho da comissão. Porém, após a confirmação de presença dos 12 parlamentares que integram a composição da CPI, vereadores da base do governo se abstiveram no momento de contagem de quórum. Assim, o relator Roberto Robaina (PSOL) leu o plano, mas não foi votado por não haver o número mínimo de vereadores para aprovar a matéria. A presidente da CPI agendou sessão extraordinária para sexta-feira, às 10h.
Os vereadores da situação acusam Mari Pimentel de ter nomeado o relator Robaina sem haver votação do colegiado. Pelo regimento interno da Câmara, a presidente da CPI tem o direito de fazer isso, mas esta prática não é comum. "Sempre foi a tradição que (o relator) seja escolhido pelo voto", argumenta Cecchim. O líder do governo na casa também afirma que, enquanto o relator da comissão não for para votação, a orientação da base de Melo será esta: confirmar presença na primeira chamada e retirar o nome da sessão para que não haja quórum.
Mari Pimentel afirma que não vai recuar na indicação de Roberto Robaina para relator da CPI. A partir deste posicionamento da presidente da comissão e não havendo flexibilização dos vereadores da base do governo em relação à relatoria, o andamento dos trabalhos na CPI da oposição será dificultado. Em razão da representatividade de bancadas para a instalação de comissões desta natureza, a CPI de Mari Pimentel conta com 5 vereadores da oposição ou independentes, e 7 que integram a base do governo Melo.
Presidente da outra comissão sobre o mesmo assunto, Idenir Cecchim ainda defende que as CPIs sejam unificadas. O requerimento que pedia esta unificação foi aprovado na reunião do colegiado de quinta-feira passada. Os vereadores da base, entretanto, não protocolaram requerimento na sessão da comissão da oposição, nesta segunda-feira. O líder do governo Melo afirma: "Não foi protocolado porque a presidente não deu chance de ser protocolado nada". Segundo Cecchim, ele propôs que o presidente de uma eventual CPI única seja o colega de partido de Mari Pimentel, vereador Tiago Albretch (Novo).
Boa parte do tempo em plenário da sessão ordinária desta segunda-feira na Câmara foi ocupada por manifestações dos parlamentares sobre as CPIs. Em relação à proposição de Cecchim para a unificação das comissões, o relator indicado por Mari Pimentel, Roberto Robaina, contestou: "Se fosse aceita a proposta do líder do governo, a vereadora Mari, que foi a proponente da CPI, que preside a CPI, não poderia sequer ser da CPI, porque o Novo só tem direito a uma cadeira". "O governo não quer uma comissão, o governo quer nenhuma comissão e por isso ele fez a comissão presidida pelo Cecchim, para que não tenha nenhuma produção, nenhum inquérito", completa o parlamentar.
Integrantes da base de Melo contestaram a acusação da presidente da CPI.