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Partidos

- Publicada em 31 de Agosto de 2023 às 18:15

PDT pode rediscutir participação no governo Leite após convenções estaduais

Alas do PDT expõem desconforto com política privatista do governador gaúcho Eduardo Leite

Alas do PDT expõem desconforto com política privatista do governador gaúcho Eduardo Leite


LUIZA PRADO/JC
A convenção deste sábado (2), marca a primeira reunião do diretório estadual do PDT gaúcho, formado por 260 membros, desde o início da pandemia de Covid-19. O encontro define a escolha do próximo presidente estadual da sigla e o futuro pedestista no Rio Grande do Sul pode estar em disputa.
A convenção deste sábado (2), marca a primeira reunião do diretório estadual do PDT gaúcho, formado por 260 membros, desde o início da pandemia de Covid-19. O encontro define a escolha do próximo presidente estadual da sigla e o futuro pedestista no Rio Grande do Sul pode estar em disputa.
Durante o segundo turno das eleições 2022, após o então candidato Vieira da Cunha ser derrotado em primeiro turno, o PDT aderiu à chapa Eduardo Leite (PSDB) / Gabriel Souza (MDB) mediante alguns compromissos: a não privatização do Banrisul e enfoque de um possível futuro governo na educação e na implantação de escolas de tempo integral.
Após a vitória de Leite contra Onyx Lorenzoni (PL), em dezembro, a executiva e os deputados eleitos e com mandato do partido se reuniram para definir a adesão ao governo tucano - uma decisão que nunca foi unânime na base pedetista.
Até hoje - completos oito meses de 2023 - a participação de um partido historicamente ligado ao trabalhismo em uma gestão de lógica liberal que aposta em privatizações desperta desconforto em alas do PDT.
Na Assembleia Legislativa, PDT e PL são fiéis da balança para a tentativa de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). Faltam cinco assinaturas para a abertura do inquérito, enquanto esses partidos, que internamente debatem a possibilidade de adesão, contam respectivamente com quatro e cinco parlamentares.
"É importante participarmos do governo Leite, mas avançarmos mais em questões ideológicas do partido, participar mais das decisões na educação e uma questão inegociável para o partido que são as privatizações. O partido não pode ficar sem se manifestar em relação à Corsan. O Parlamento precisa se utilizar do instrumento para esclarecer as coisas, que é a CPI. O PDT não pode fugir de pautas essenciais ao partido, mesmo estando no governo", afirmou à reportagem um dos candidatos à presidência estadual da sigla, o ex-deputado e prefeito de São Sepé, João Luiz Vargas.
Romildo Bolzan Júnior, ex-prefeito de Osório, ex-presidente do Grêmio e o outro postulante ao comando partidário preferiu não se aprofundar neste debate antes da convenção, mas admitiu que a participação no governo poderá ser objeto de debate futuro: "Essa discussão não haverá sábado. Depois de definida (a eleição da executiva), poderá ser objeto de revisão", disse Romildo, em entrevista.
Para Juliana Brizola, liderança do PDT na Capital que apoia a chapa de Romildo, essa discussão deve acontecer. "O Romildo, que não vinha falando sobre participação no governo Leite, já está se propondo a discutir. Não é unânime essa participação. Não é algo palatável para todos. Romildo se colocou para trazer essa discussão para dentro do partido".
Já o líder da bancada do PDT na Assembleia, deputado Eduardo Loureiro, acredita que o tema é "página virada": "Estamos há mais de seis meses no governo e o partido decidiu por ampla maioria integrar a base, mediante os compromissos do governador. No meu modo de ver, as coisas estão acontecendo com foi previsto. Alguns falam da questão da Corsan. Isso foi debatido e considerado lá atrás. A decisão de privatizar a Corsan já tinha sido tomada com a contrariedade do PDT. Agora é página virada", pondera o parlamentar.