Maria do Rosário está disposta a ser candidata à prefeitura de Porto Alegre em 2024

Deputada conversou com a reportagem do Jornal do Comércio sobre as articulações para a sua candidatura ao executivo municipal

Por Bolívar Cavalar

Em 2008, Maria do Rosário perdeu o segundo turno para José Fogaça
Deputada federal mais votada em Porto Alegre no pleito de 2022 e exercendo o sexto mandato na Câmara, Maria do Rosário (PT) está disposta a tentar novamente assumir a gestão da prefeitura da Capital. A petista vem articulando a sua possível indicação com o partido, a federação PT-PCdoB-PV e outras siglas de esquerda, mas ainda não há definição de quem será o candidato de oposição à atual administração, conduzida pelo prefeito Sebastião Melo (MDB).
Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, a parlamentar fala da mobilização para a sua candidatura e os planos para a eleição municipal do ano que vem. Ela comenta ainda sobre eventuais nomes da esquerda, como o da ex-deputada Manuela d'Ávila, que teve a indicação do PCdoB como potencial candidata na disputa pelo comando do Paço Municipal. 

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JC - A senhora foi candidata à prefeitura em 2008 e acabou perdendo para José Fogaça (MDB) no segundo turno. Como avalia o cenário para 2024?
Rosário - Eu acho que eu sou uma pessoa mais madura, entre 2008 e este momento. Eu fui eleita para vários mandatos parlamentares, mas também fui ministra de Estado e hoje tenho a oportunidade de ser integrante da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Então eu acho que sou uma parlamentar consolidada no trabalho no Brasil e posso contribuir para a cidade se colocar num patamar nacional muito mais forte, na busca do seu desenvolvimento. Essas conexões, essas possibilidades, isso tudo que eu recebi eu quero colocar a serviço da cidade. Mas eu vejo que também, além da maturidade, agora é a nossa de dizer o que tá bom e o que não tá. Porque o Fogaça dizia isso das administrações populares. Eu fui candidata a vice do Raul Pont e depois fui candidata a prefeita, e não segui sendo candidata nas eleições posteriores porque eu também quis me preparar.
JC - A senhora já foi eleita para deputada federal, estadual e vereadora de Porto Alegre, mas a candidatura para o Legislativo é diferente que para o Executivo. Para se eleger em Parlamento é necessário ter uma base forte, enquanto para o Executivo precisa ter 50% dos votos mais um. O que vê como estratégia para se eleger para a prefeitura?
Rosário - Dialogar muito, demonstrar seriedade e abertura em todos os setores. Essa é a cidade que já me elegeu tantas vezes, eu sou a deputada mais votada do PT na cidade há mais de 20 anos. Então eu percebo que eu tenho uma dívida com a cidade, e meu único objetivo é trabalhar por ela. Para fazer melhor tem que estar integrada com a cidade que vive, com quem organiza serviços de políticas sociais, com quem empreende. Então o meu objetivo, justamente, é uma cidade mais humana. É para isso que eu me vocaciono ao longo da vida e é isso que eu gostaria de fazer, e eu acho que é possível. Em qualquer circunstância, eu sendo candidata ou não, eu estou à disposição para ajudar a cidade.
JC - Qual sua análise da gestão Melo?
Rosário - Eu acho muito cedo para comentar, porque eu nem sou candidata ainda, eu estou me preparando. Mas quero dizer que a qualidade dos serviços públicos, a preservação do Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgoto), da Carris, e a qualidade de serviços públicos de assistência, de saúde, educação e o transporte coletivo da cidade devem ter uma atenção especial. As nossas políticas sociais devem olhar para aqueles segmentos mais fragilizados da vida, o período da vida mais difícil, que é a infância e a velhice. Eu acho que estas duas pontas merecem do poder público uma atenção muito especial, e espero poder dialogar e construir programas para isso. O Lula transformou o Brasil e eu quero transformar Porto Alegre em uma cidade mais humana.