Paulo Pimenta sobre as viagens de Lula: "o Brasil recuperou o respeito internacional"

Presidente Lula cumpre agenda nesta sexta-feira (30) no Estado

Por Bolívar Cavalar

Paulo Pimenta esclarece a agenda do presidente Lula no RS
O ministro-chefe da secretaria de Comunicação Social do governo federal, Paulo Pimenta (PT-RS), abordou nesta sexta-feira (30) a agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Rio Grande do Sul e algumas ações do Executivo, como a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida, as viagens do presidente ao exterior e o trabalho do governo para baixar a taxa de juros. Lula chega ao Estado nesta sexta e retorna a Brasília no final do dia.


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JC - Além das agendas do presidente já anunciadas, Lula irá se reunir com o governador Eduardo Leite no período de almoço. Quais serão os principais temas a serem tratados neste encontro?

Paulo Pimenta - Em primeiro lugar, foi uma reunião marcada por um gesto republicano e demonstração de uma visão do presidente da República que, passado o processo eleitoral, nós precisamos recuperar esta ideia de que o presidente, o governador e o prefeito não é só de quem votou nele, mas de toda a sociedade. O presidente sugeriu ao governador que convidasse todos os ex-governadores, de todos os partidos, pra reforçar ainda mais esta ideia de recuperar este ambiente de respeito democrático, tão importante pro País. O presidente não marcou nenhuma pauta específica. O presidente fez essa demonstração de vontade de diálogo e tá inteiramente aberto para ouvir os ex-governadores

JC - O governo gaúcho tem alguns temas sensíveis a serem abordados com o Executivo federal, entre eles o reacordo do Regime de Recuperação Fiscal, a dívida do Estado com a União e o ciclone extra tropical que atingiu o Rio Grande do Sul recentemente e causou mortes e danos matérias. Algum desses temas será conversado na reunião com os governadores?

Pimenta - O presidente deve tratar o tema do ciclone também, com prefeitos, tem uma comissão de prefeitos que vai conversar com ele. O presidente está sempre à disposição e à vontade para conversar sobre qualquer tema de interesse do Rio Grande do Sul.

JC - O presidente Lula tem realizado uma série de viagens ao exterior neste início de mandato - esta é a primeira vez que vem ao RS desde a posse. A presidência pretende seguir nesta levada de viagens internacionais?

Pimenta - Na terça-feira o Brasil assume a presidência do Mercosul. O Brasil esse ano assume a presidência do G20. Posteriormente o Brasil vai sediar aqui a COP30. Nos temos o encontro dos BRICs, e o Brasil também deve presidir os BRICs. Hoje o Brasil tem um protagonismo a nível internacional, e o presidente Lula exerce uma liderança. Nenhum debate no mundo hoje que envolva transição energética, questões climáticas, combate à desigualdade, nenhum debate sobre esses temas ocorre sem que o Brasil esteja na mesa. O Brasil recuperou o respeito internacional, o protagonismo internacional e a tendência é cada vez mais o Brasil cumprir este papel.

JC - O que o governo tem feito para dar ritmo às obras do Minha Casa, Minha Vida?

Pimenta - Sete anos abandonado um programa muito importante. Encontramos 14 mil obras paradas no Brasil. Dinheiro público sendo desperdiçado. A nossa prioridade agora é retomar todos estes contratos, atualizar os contratos. Queremos até o final do governo do presidente Lula contratar mais 2 milhões de novas habitações, ampliando também as faixas para permitir que outros setores da classe média também possam ter acesso. Reduzimos o juro, aumentamos o valor do Minha Casa, Minha Vida. Criamos a possibilidade também do imóvel usado ser adquirido. Tudo isso pra facilitar o acesso da população e aquecer este mercado da construção civil, que é um mercado que gera emprego, que cria oportunidades e que será uma das prioridades do governo Lula.

JC - O presidente Lula vem criticando a atual taxa de juros do Brasil. O que o governo tem feito para ajudar a baixar a Selic?

Pimenta - O governo tem promovido um conjunto de alternativas para fazer com que a inflação possa baixar, para que os preços possam baixar. Aprovando o marco fiscal, encaminhando a proposta da reforma tributária. O governo fez a lição de casa. E hoje existe um verdadeiro consenso no Brasil de que o tema do juro é hoje o grande inimigo da retomada do crescimento de forma mais intensa, da geração de empregos e desse novo momento que o Brasil.