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Política

Corrida ao STF

- Publicada em 17 de Junho de 2023 às 16:17

Lula quer ajuda de Pacheco e Alcolumbre para levar Zanin ao STF

Advogado Cristiano Zanin deverá ser submetido a sabatina quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça do Senado

Advogado Cristiano Zanin deverá ser submetido a sabatina quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça do Senado


HENRY MILLEO/AFP/JC
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanha dia a dia a movimentação no Senado para a sabatina do advogado Cristiano Zanin na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), prevista para a próxima quarta-feira (21). Na contabilidade do Palácio do Planalto, Zanin tem bem mais do que os 41 votos necessários para ser aprovado pelo plenário do Senado e ocupar a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).Mesmo assim, antes de embarcar para uma viagem internacional, Lula quer informações sobre o ambiente político para a votação. É por isso que ele vai se reunir nesta segunda-feira (19), com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da CCJ, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), no Palácio da Alvorada.A conversa foi marcada após Lula se encontrar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nesta sexta-feira (16). O presidente tenta construir um novo modelo de relacionamento com o Congresso, após o Centrão da Câmara pressioná-lo a liberar cargos e emendas parlamentares.Como mostrou o Estadão, Alcolumbre prometeu a Lula ajudar Zanin a angariar votos. Cumpriu o combinado e, ao que tudo indica, até mesmo as resistências pelo fato de Zanin ter sido o advogado que defendeu o petista na Lava Jato foram amenizadas."Ele nos pareceu uma pessoa preparada, que defende os valores da família", disse o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), ex-presidente da Frente Parlamentar Evangélica. A votação, porém, passa pelo crivo apenas do Senado. Pelos cálculos apresentados a Lula, Zanin deve ter de 50 a 55 votos em um plenário de 81 senadores.Após essa etapa, Alcolumbre vai trabalhar para que Lula indique Pacheco à segunda vaga do Supremo, em outubro, quando se aposenta a presidente da Corte, Rosa Weber. Com isso, Alcolumbre poderá concorrer a um mandato-tampão ao comando do Senado e ainda tentar se reeleger duas vezes. Não será tarefa fácil.Lula estará em Roma no dia da sabatina de Zanin no Senado e pretende se encontrar, no Vaticano, com o Papa Francisco. Depois, seguirá para Paris, onde participará de um fórum sobre economia verde com o presidente da França, Emmanuel Macron.PressãoO assunto da conversa de Lula com Pacheco e Alcolumbre, no entanto, não se resumirá a Zanin. Na pauta estarão a votação do arcabouço fiscal no Senado e a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, nos dias 20 e 21, que definirá o futuro dos juros.O Estadão apurou que Lula cobrará de Pacheco uma posição ativa do Senado na campanha para pressionar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a derrubar a taxa Selic, hoje em 13,75% ao ano."O Senado precisa ter uma reação. Todos os dados da economia são positivos e só tem um danado que não está percebendo", disse o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), para quem Campos Neto adota "posição ideológica".Integrantes do governo, líderes de partidos aliados e a cúpula do PT aumentaram o coro em defesa da saída do presidente do Banco Central. A instituição, porém, tem autonomia e o mandato de Campos Neto vai até dezembro de 2024. Uma eventual dispensa do presidente do BC precisaria ser aprovada por maioria absoluta do Senado.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanha dia a dia a movimentação no Senado para a sabatina do advogado Cristiano Zanin na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), prevista para a próxima quarta-feira (21). Na contabilidade do Palácio do Planalto, Zanin tem bem mais do que os 41 votos necessários para ser aprovado pelo plenário do Senado e ocupar a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Mesmo assim, antes de embarcar para uma viagem internacional, Lula quer informações sobre o ambiente político para a votação. É por isso que ele vai se reunir nesta segunda-feira (19), com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da CCJ, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), no Palácio da Alvorada.

A conversa foi marcada após Lula se encontrar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nesta sexta-feira (16). O presidente tenta construir um novo modelo de relacionamento com o Congresso, após o Centrão da Câmara pressioná-lo a liberar cargos e emendas parlamentares.

Como mostrou o Estadão, Alcolumbre prometeu a Lula ajudar Zanin a angariar votos. Cumpriu o combinado e, ao que tudo indica, até mesmo as resistências pelo fato de Zanin ter sido o advogado que defendeu o petista na Lava Jato foram amenizadas.

"Ele nos pareceu uma pessoa preparada, que defende os valores da família", disse o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), ex-presidente da Frente Parlamentar Evangélica. A votação, porém, passa pelo crivo apenas do Senado. Pelos cálculos apresentados a Lula, Zanin deve ter de 50 a 55 votos em um plenário de 81 senadores.

Após essa etapa, Alcolumbre vai trabalhar para que Lula indique Pacheco à segunda vaga do Supremo, em outubro, quando se aposenta a presidente da Corte, Rosa Weber. Com isso, Alcolumbre poderá concorrer a um mandato-tampão ao comando do Senado e ainda tentar se reeleger duas vezes. Não será tarefa fácil.

Lula estará em Roma no dia da sabatina de Zanin no Senado e pretende se encontrar, no Vaticano, com o Papa Francisco. Depois, seguirá para Paris, onde participará de um fórum sobre economia verde com o presidente da França, Emmanuel Macron.

Pressão

O assunto da conversa de Lula com Pacheco e Alcolumbre, no entanto, não se resumirá a Zanin. Na pauta estarão a votação do arcabouço fiscal no Senado e a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, nos dias 20 e 21, que definirá o futuro dos juros.

O Estadão apurou que Lula cobrará de Pacheco uma posição ativa do Senado na campanha para pressionar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a derrubar a taxa Selic, hoje em 13,75% ao ano.

"O Senado precisa ter uma reação. Todos os dados da economia são positivos e só tem um danado que não está percebendo", disse o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), para quem Campos Neto adota "posição ideológica".

Integrantes do governo, líderes de partidos aliados e a cúpula do PT aumentaram o coro em defesa da saída do presidente do Banco Central. A instituição, porém, tem autonomia e o mandato de Campos Neto vai até dezembro de 2024. Uma eventual dispensa do presidente do BC precisaria ser aprovada por maioria absoluta do Senado.