O governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) recebeu, na noite desta quinta-feira (4), no Palácio Piratini, a ministra da Saúde, Nísia Trindade. Em reunião fechada à imprensa, o chefe do executivo apresentou à titular da pasta os processos que vêm sendo feitos pelo Estado no setor de Saúde, e os planos para o futuro. Após o encontro, Leite destacou, em entrevista coletiva, que o "sistema de saúde pressupõe esta articulação, coordenação, entre União, Estado e municípios para poder prestar serviços de qualidade, tanto na atenção primária quanto na média e na alta complexidade".
O governador agradeceu a presença da ministra no RS e fez críticas à gestão da Saúde no governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), especialmente na condução da pandemia de Covid-19. "Eu fui governador e testemunhei, vivenciei, um período difícil, quando não apenas faltou coordenação nacional na gestão da pandemia, quanto houve atuação no sentido contrário ao que a ciência preconizava, o que especialmente dificultou o nosso trabalho", disse Leite. Nísia reafirmou o esforço do governo federal para "recuperar esta capacidade de coordenação com diálogo, trabalhando junto com os secretários estaduais e municipais de saúde, com os governadores e prefeitos. Ela ainda comentou que dois pontos sintetizam o esforço do atual governo: democracia e o compromisso com a qualidade de vida da população brasileira.
Entre os pedidos feitos à ministra, o governador destacou a necessidade do Rio Grande do Sul "na habilitação, na recomposição do teto MAC (Média e Alta Complexidade) do Estado, para que nós possamos fazer a habilitação dos novos serviços junto ao hospital de Santa Maria, ao hospital de Guaíba, ao hospital de Caxias do Sul, que ficou pronto a obra na semana passada". Leite ainda concluiu afirmando que "é importante que a gente tenha a habilitação destes hospitais para os recursos do teto da Média e Alta Complexidade nos permitirem fazer essa abertura e expansão dos serviços aqui no Estado, entre outros temas nos quais a gente se debruçou".
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Nísia Trindade, ao ser perguntada sobre os projetos do governo federal para a redução de filas para cirurgias eletivas no Estado, algo que se intensificou com o advento da pandemia de Covid-19, respondeu que o Ministério da Saúde recebeu "recentemente do Estado o plano para o Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas e vamos logo assinar uma portaria já aprovando este plano". Sobre ações em atenção primária à saúde, a ministra destacou a retomada do programa Brasil Sorridente: "Nós estaremos lançando, primeiro, o Brasil Sorridente, que retorna com força, com credenciamento de equipes de saúde bucal em todo o País, e a sanção do presidente Lula da lei que transforma em política de estado o Brasil Sorridente".
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Déficit no repasse do governo federal a hospitais filantrópicos
A ministra comentou sobre o déficit financeiro no repasse, por parte do Sistema Único de Saúde (SUS), a santas casas e hospitais filantrópicos. No ano passado estas instituições alertaram para o risco de colapso em razão da defasagem que enfrentam. "Nós liberamos os recursos da lei que previa R$ 2 bilhões para toda a rede filantrópica, e nós temos trabalhado no sentido de o setor, que responde por 60% de cirurgias no SUS, poder ter seu funcionamento sustentável", afirmou a Nísia Trindade.
"Continuaremos a trabalhar neste sentido. Há várias propostas que estão sendo discutidas, mas nós já começamos a realizar este trabalho, junto às santas casas, com esta medida da destinação dos recursos que haviam sido previstos em lei, mas que não estavam previstos pelo governo anterior no orçamento. Então, num esforço do Ministério da Saúde, conseguimos dar este passo e a nossa intenção é continuar avançando", completou a ministra.