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Política

Investigação

- Publicada em 03 de Maio de 2023 às 10:45

Alvo de operação da PF, Bolsonaro nega adulteração em cartão de vacinas

O ex-presidente disse que não tomou a vacina contra a Covid por ter "lido a bula"

O ex-presidente disse que não tomou a vacina contra a Covid por ter "lido a bula"


reprodução/divulgação/jc
Atualizada às 10h58min
Atualizada às 10h58min
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um dos alvos de operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (3), disse que não tomou a vacina contra a Covid-19, assim como sua filha, Laura Bolsonaro, e negou adulteração no seu cartão. A Operação Venire da PF cumpre 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro.
"Não tomei a vacina. Nunca me foi pedido cartão de vacina (para entrar nos EUA). Não existe adulteração da minha parte. Não tomei a vacina, ponto final", disse o ex-chefe do Executivo. O ex-presidente disse que não tomou o imunizante por ter "lido a bula".
A declaração foi dada por Bolsonaro a jornalistas na porta de sua casa em Brasília, num condomínio de alto padrão. O ex-presidente foi intimado para depor ainda nesta quarta-feira, mas informou que não vai comparecer à oitiva.
. Ele vai reunir advogados e assessores para discutir os próximos passos de sua defesa.
A operação desta manhã realizada pela PF foi a que mais chegou perto do núcleo duro do ex-presidente, com a prisão de três de seus principais auxiliares, o tenente-coronel Mauro Cid, Max Guilherme e Sérgio Cordeiro.
Tanto Max quanto Cordeiro ocupam um dos oito cargos de assessor a que Bolsonaro tem direito como ex-presidente da República. Cordeiro cedeu a casa para o ex-mandatário realizar lives durante a campanha eleitoral, quando foi proibido de fazê-las no Palácio da Alvorada.
Eles também acompanharam Bolsonaro durante o período em que o ex-presidente ficou nos Estados Unidos após perder a eleição. Max também esteve ao lado do ex-presidente em suas primeiras viagens pelo Brasil e nos passeios que tem dado por Brasília, como ao Colégio Militar.
As medidas são no âmbito de uma investigação, diz a PF, sobre uma suposta "associação criminosa constituída para a prática dos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde."
"A apuração indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19", afirma a PF.
Conforme a Polícia Federal, os alvos da investigação teriam realizado as inserções falsas entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 para que os beneficiários pudessem emitir certificado de vacinação para viajar aos Estados Unidos.
Segundo a reportagem da Folha apurou, há suspeita de que os registros de vacinação de Bolsonaro, Cid e da filha mais nova do ex-presidente, Laura, foram forjados.
A PF diz ainda que as diligências são cumpridas dentro do inquérito das milícias digitais, que tramita no Supremo Tribunal Federal e tem como relator o ministro Alexandre de Moraes.