PL das Fake News é vago, e plataforma já modera conteúdo, diz diretor do Google

Marcelo Lacerda tece uma série de críticas ao projeto relatado pelo deputado Orlando Silva

Por Folhapress

(FILES) This file photo taken on September 3, 2019 shows the US multinational technology and Internet-related services company Google logo displayed on a tablet screen in Lille, northern France. - Google threatened on January 22, 2021 to block Australian users from accessing its search service unless the government changed proposed legislation to make the internet giant pay news outlets for their content. (Photo by DENIS CHARLET / AFP)
O diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas do Google Brasil, Marcelo Lacerda, avalia que o PL das Fake News é vago. Ele também defende que a empresa já adota medidas para moderar conteúdo de ódio e que a responsabilidade por violência nas escolas não é só das plataformas.
Lacerda tece uma série de críticas ao projeto relatado pelo deputado Orlando Silva (PC do B-SP), que deve ser votado na próxima terça-feira (2). Segundo ele, o texto deixa incertezas sobre como será feita a regulação das plataformas e se equivoca ao equiparar o cuidado exigido por mecanismos de buscas ao de redes sociais.

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A decisão aconteceu após pressão da oposição e da bancada evangélica contra esses dois pontos do texto.
O diretor do Google critica o fato de o projeto, da maneira como está estruturado, estipular as mesmas regras para redes sociais e buscadores. Por exemplo, a previsão de exclusão de postagens, mecanismo que segundo ele não funciona na lógica dos buscadores -que não fazem posts, apenas organizam conteúdo publicado.
Outro ponto que traz polêmica no projeto são os direitos autorais e a remuneração para conteúdo jornalístico.
Artistas pretendem fazer uma manifestação em Brasília na próxima semana para que o texto seja aprovado com instrumentos para remuneração de material produzido por eles e replicado nas redes sociais.
Lacerda critica o texto por não prever a exclusão de conteúdo produzido por empresas jornalísticas. Segundo ele, atualmente, companhias que se dizem do ramo são grandes disseminadoras de fake news -ele preferiu não citar nomes.
Por isso, argumenta, o projeto deveria também prever formas de sanção a essa atividade, e não apenas de remuneração.